Anefac diz que poupança continuará atrativa mesmo com mudança de regras
Dinheiro investido na poupança continuará rendendo mais que a inflação
As
sucessivas quedas dos juros básicos da economia chegarão, nesta semana, ao
bolso de quem investe na mais tradicional aplicação financeira do país. A
redução esperada da taxa Selic para abaixo de 8,5% ao ano nesta quarta-feira
(6) diminuirá os rendimentos da poupança. No entanto, a caderneta continuará um
dos investimentos mais atrativos.
Segundo
a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac), o dinheiro investido na poupança continuará rendendo mais que a
inflação, que está no nível mais baixo em quase 20 anos. “A queda da inflação e
a isenção de Imposto de Renda levam a poupança a continuar atrativa”, explica o
diretor-executivo da entidade, Miguel de Oliveira.
Tradicionalmente,
a Anefac faz simulações em que compara o rendimento da poupança com o dos
fundos de investimento, que diversificam as aplicações, mas cobram Imposto de
Renda de 15% a 22,5% e taxa de administração. Segundo Oliveira, mesmo com a
mudança nas regras, a caderneta, que é isenta de tributação, continuará a
render mais que os fundos em quase todos os casos.
“Apenas
nos casos em que a taxa de administração for inferior a 1%, os fundos
continuarão mais atrativos”, diz o diretor-executivo da Anefac. De acordo com
ele, as simulações mais recentes mostram que a poupança leva vantagem em todos
os prazos de aplicação.
Novidades
De
acordo com a última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras realizada pelo Banco Central, o Comitê de Política Monetária
(Copom) deve reduzir a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 9,25% para 8,25% ao
ano. Pela regra em vigor desde maio de 2012, quando a Selic fica igual ou acima
de 8,5% ao ano, a caderneta rende 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa
Referencial (TR), tipo de juro variável.
Abaixo
de 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic. Caso os juros básicos
realmente caiam para 8,25% ao ano, a poupança passará a render 5,78% ao ano.
Mesmo com a diminuição do rendimento, o investidor não perderá dinheiro porque
a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em
2,71% no acumulado de 12 meses terminados em julho.
Oliveira,
no entanto, faz um alerta. Não necessariamente todo o saldo da poupança passará
a ser corrigido pelo novo cálculo. Os depósitos feitos até 3 de maio de 2012,
data em que foi publicada a medida provisória que alterou os rendimentos da
poupança, continuarão a render 6,27% ao ano mais a TR, independentemente da
taxa Selic em vigor. “A nova regra tem um efeito diferente para cada um. Os
extratos da poupança mostram a parcela dos depósitos corrigidos pela regra
antiga e pela regra atual”, disse.
O diretor da Anefac
esclarece que, na época, o governo precisou mudar o cálculo do rendimento da
poupança para evitar um desequilíbrio no mercado financeiro. Caso a poupança
continuasse a render pela regra antiga, ninguém aplicaria nos fundos de
investimento quando a Selic caísse abaixo de 8,5% ao ano. Como os fundos são um
dos principais compradores de títulos públicos federais, o governo correria o
risco de não conseguir vender os papéis no mercado e não conseguir dinheiro
para rolar (renovar) a dívida pública.
Com informações da Agência Brasil.
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