MPF denuncia Lula por corrupção passiva
Segundo investigações, ex-presidente teria recebido ao lado de ex-chefe de gabinete do PT, Gilberto Carvalho, R$ 6 milhões
O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) abriu denúncia
contra o ex-presidente Lula e outras 6 pessoas pelos crimes de corrupção
passiva e ativa. Segundo as investigações, que dão conta do pagamento de
vantagens indevidas a intermediários do esquema e de agentes políticos, as
irregularidades teriam acontecido no período de elaboração e edição da medida
provisória que estendeu por 5 anos uma série de benefícios para empresas do
setor automobilístico.
Ao todo, Lula e o chefe do gabinete do Partido dos Trabalhadores,
Gilberto Carvalho, teriam recebido R$ 6 milhões de um montante total de R$ 33
milhões – dinheiro que posteriormente teria sido destinado a financiar campanhas
eleitorais do PT.
Esta se trata da segunda denúncia contra o ex-presidente dentro da
Operação Zelotes – a quarta no geral. Na primeira delas, seu filho Luiz Cláudio
Lula da Silva foi igualmente indiciado nos crimes de tráfico de influência,
lavagem de dinheiro e organização criminosa. O MPF solicitou na denúncia que
sejam pagos como ressarcimento R$ 12 milhões, além de multa justificada por
danos morais coletivos.
Além de Lula e Gilberto Carvalho, os empresários Carlos Alberto de
Oliveira Andrade, do Grupo Caoa, e Paulo Ferraz Arantes, da Mitsubishi, o
ex-presidente da montadora MMC-Mitsubish Paulo Arantes Ferraz, o ex-conselheiro
do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), José Ricardo Silva, e o
lobista Alexandre Paes dos Santos também foram alvo da ação.
As investidas, segundo o MPF, teriam começado em 2009. Foram usadas nas
investigações manuscritos, e-mails e até atas de reuniões apreendidas com os
envolvidos. Entre as atividades promovidas pelo grupo, além de garantir a
edição e aprovação da MP no Congresso, os recursos também foram usados para
comprar o cancelamento de um débito de R$ 265 milhões que era objeto de um
recurso no Carf, fato que é objeto de uma ação penal em tramitação na 10ª vara
de Justiça Federal em Brasília.
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