Bronzeamento natural exige cuidado e produtos específicos
Nesta semana, o caso da modelo de Jaboticabal (SP), que sofreu queimaduras, colocou a prática em debate
Uma marquinha perfeita e milagrosa feita por meio do bronzeamento natural em locais inadequados ou com produtos que não sejam específicos para a função, podem valer um preço muito alto a se pagar. Nesta semana, o caso da modelo de Jaboticabal (SP), que sofreu queimaduras, colocou a prática em evidência. O local, que funcionava sem alvará, utilizava produtos sem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas e aí vem a pergunta: É possível fazer bronzeamento de forma segura? Claro, mas para isso é preciso observar regras, ser cuidadoso(a) e confiar em locais, produtos e profissionais qualificados.
Patrícia Leroy, auditora fiscal de Saúde Pública da Vigilância Sanitária de Goiás explica que os primeiros cuidados necessários são com horários e períodos de exposição ao sol. “Não é recomendado exposição por mais de duas horas por dia e os horários não podem ser entre 10h e 16h, quando o sol é mais forte. Infelizmente, nem todos os locais respeitam isso, mas os clientes também precisam estar atentos. É a vida e a saúde de cada um”, diz.
A auditora também explica que não pode ser utilizada mistura caseira e que os produtos não podem ser manipulados. “O produto precisa ter Fator de Proteção Solar (FPS) e precisa ser utilizado da forma em que é comercializado no mercado. Algumas pessoas fazem chás com cenoura ou beterraba, mas isso é ilegal pela legislação atual. Além disso, o local precisa ter Alvará Sanitário e cada cliente precisa ter um registro pessoal, com dia de sessão, período e horário de exposição. O excesso de exposição ao sol pode resultar em desidratação, como o caso que ocorreu em Brasília recentemente. A população precisa estar atenta, não aceitar manipulação de produtos, checar se o produto utilizado é específico”, afirma.
No Brasil, os primeiros registros da Anvisa de cosméticos para uso profissional de bronzeamento natural foram realizados no mês passado após inúmeros testes de eficácia, de irritabilidade, de Fator de Proteção Solar (FPS) e testes dermatológicos. De acordo com normas da Agência, a Parafina Bronzeadora e a Parafina Bronzeadora Pele Clara, ambas do Grupo Toledo, contemplam as definições e requisitos técnicos para produtos destinados ao bronzeamento da pele e também apresenta as advertências de rotulagem específicas para os bronzeadores.
Empresária e esteticista, Luana Toledo explica que muitas vezes, as pessoas buscam marquinhas milagrosas em uma sessão, por exemplo. “Eu trabalho com bronzeamento natural há 11 anos e há 9 ministro cursos pelo país. É preciso saber que há diferentes tipos de pele, e assim, diferentes produtos e tempo de exposição, por exemplo”, completa.
Regularização da profissão
Apesar de já ser realizado no Brasil há mais de uma década, o bronzeamento natural ainda não possui regularização específica por aqui. Ainda assim, Patrícia acredita que, como acontece em outros países, estamos no caminho. “Nos Estados Unidos quem trabalha com qualquer procedimento que envolve estética precisa ter formação específica. No Chile, isso ocorre inclusive com manicures. Acredito que estamos no caminho e com clientes exigentes que vão selecionar os melhores profissionais que usam produtos confiáveis”, finaliza.
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