Foi ouvido em uma audiência de
custódia na tarde desta quarta-feira (8) o jovem Misael Pereira Olair, de 19
anos. Misael é acusado de matar a tiros a estudante Raphaella Noviski, de 16,
na última segunda-feira (6). O depoimento serviu, de acordo com a delegada
responsável pelo caso, Rafaela Azzi, para “pormenorizar os fatos”. 

O crime aconteceu no Colégio Estadual 13 de Maio, em
Alexânia, cidade do entorno do Distrito Federal. Misael, segundo foi registrado
pelo circuito interno de câmeras do local, pulou o muro do colégio usando uma
máscara, invadiu a sala de aula e disparou cerca de 11 vezes contra a jovem,
fugindo em seguida. A quantidade de tiros, segundo o autor, foi para que a vítima
“não sentisse dor”. O clima no local foi de pânico.

Ao ser questionado sobre as motivações do homicídio, o rapaz
disse que matou a garota simplesmente porquê a odiava e comentou ainda não ter
arrependimentos. No entanto, no depoimento prestado nesta quarta-feira, o
segundo desde que foi detido, o jovem aparece em novas imagens com um hematoma
no olho, voltando atrás no que disse: “Tô [arrependido], de verdade”
(sic).

O hematoma, segundo justificado pela delegada, teria sido
provocado por uma queda no banheiro do presídio. A informação foi confirmada
por Misael, o que até o momento, não pedirá a abertura de nenhum procedimento. Um
comerciante, identificado como Davi José de Souza, de 49 anos, teria ajudado o
atirador na fuga do local, sendo considerado pela Polícia como comparsa. Ele
também teve sua prisão mantida durante a audiência de custódia.

Perfil

Vizinhos contaram que o atirador seria alguém muito ´tímido
e reservado”. O rapaz viveria com a mãe e a irmã, no mesmo município em que o
crime ocorreu. A família, com medo de represálias, mudou-se do local. Entre os
hábitos do rapaz relatados, Misael seria ainda “muito educado, respeitoso e ‘caseiro’”.
O acusado responderá pelo crime de Feminicídio, tendo sido autuado em
flagrante. Ele deverá ainda ficar no presídio, à disposição do Poder Judiciário.