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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Desigualdade

Mulheres ganham 16% a menos do que os homens na Europa

A pesquisa mostrou ainda que são necessárias mais mulheres na política: Metade dos cidadãos europeus pensam que deveria haver mais mulheres em cargos de liderança política

Postado em 22 de novembro de 2017 por Márcio Souza
Mulheres ganham 16% a menos do que os homens na Europa
A pesquisa mostrou ainda que são necessárias mais mulheres na política: Metade dos cidadãos europeus pensam que deveria haver mais mulheres em cargos de liderança política

A igualdade de gênero e o
empoderamento das mulheres é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
para o mundo, a ser alcançado até 2030. No entanto, ainda está longe de ser
realidade. A pesquisa Eurobarômetro 2017, faz pela Comissão Europeia e
divulgada esta semana, mostrou que ainda há trabalho a fazer em prol da
igualdade entre homens e mulheres na Europa.

O Eurobarômetro é uma ampla
pesquisa de opinião pública, realizada na União Europeia (UE) desde 1973 e
abrange uma grande variedade de temas, como meio ambiente, segurança, direitos
humanos e economia, entre outros.

Apesar de muitos países da UE
terem melhores indicadores de igualdade de gênero, quando comparados a países
pobres e em desenvolvimento, a pesquisa mostrou que temas como a diferença
salarial, por exemplo, ainda têm que melhorar.

Diferença salarial

Na Europa, em média, as mulheres
continuam a ganhar 16,3% menos do que os homens. Nos últimos anos, as
disparidades salariais não diminuíram, em grande parte devido ao fato de as
mulheres tenderem a empregar-se menos do que os homens, a trabalhar em setores
menos bem pagos, a obter menos promoções, a interromper mais vezes a sua
carreira profissional e a exercer mais trabalho não remunerado.

No entanto, 90% dos europeus  que responderam o inquérito afirmaram que é
inaceitável que as mulheres recebam um salário inferior ao dos homens e 64% se
disseram a favor da transparência salarial como veículo de mudança.

Neste sentido, a Comissão
Europeia lançou, esta semana, um  plano
de ação para eliminar as disparidades salariais entre homens e mulheres para o
período 2018-2019. A execução do plano visa melhorar o respeito pelo princípio
da igualdade salarial; reduzir o efeito penalizante dos cuidados familiares; e
financiar projetos destinados a melhorar a paridade de gênero nas empresas em
todos os níveis de gestão e incentivar os governos e os parceiros sociais a
adotarem medidas concretas para melhorar o equilíbrio no processo de tomada de
decisão.

Além disso, o plano de ação
inclui recomendações de transparência nos pagamentos que, apesar de já
existirem, ainda estão ausentes em um terço dos países da UE. Ou seja, tornar
efetiva a transparência na divulgação dos salários como forma de incentivar a
paridade salarial entre homens e mulheres. A discriminação salarial, apesar de
ilegal, continua a contribuir para a desigualdade entre homens e mulheres.

A Comissária responsável pela
Justiça, Consumidores e Igualdade de Gênero, V ra Jourová, afirma que as
mulheres continuam a estar sub-representadas nos cargos de chefia, tanto na
política como nas empresas. “Em média, as mulheres continuam a ganhar 16% menos
do que os homens na UE. E a violência contra as mulheres continua a ser um
fenômeno generalizado. Esta situação é injusta e inaceitável na sociedade de
hoje. As disparidades salariais entre homens e mulheres devem acabar porque a
independência econômica das mulheres é a sua melhor proteção contra a
violência”.

Mulheres na Política

O Eurobarometro mostrou ainda que
são necessárias mais mulheres na política: Metade dos cidadãos europeus pensam
que deveria haver mais mulheres em cargos de liderança política e 7 em cada 10
são a favor de medidas legislativas que garantam a paridade entre homens e
mulheres na política.

Nos cargos de administração e
supervisão, a maioria esmagadora das funções é realizada por homens. Os homens
são mais frequentemente promovidos do que as mulheres, e mais bem pagos também.
Esta tendência é mais dramática ainda no topo das carreiras, onde apenas 6% dos
CEOs (diretores executivos ou diretores gerais) são mulheres.

Neste aspecto, a Comissão
Europeia defende avançar no sentido de atingir o objectivo de que pelo menos
40% dos seus gerentes médios e superiores sejam mulheres. De acordo com os
dados mais recentes, as gestoras femininas em todos os níveis, dentro da
Comissão, atingiram um total de 36% em 1 de novembro de 2017.

Tarefas domésticas

Outra realidade exposta nos
resultados da pesquisa é a partilha desigual das tarefas domésticas e dos
cuidados prestados aos filhos. A maioria dos entrevistados (73%) acredita que
as mulheres continuam a dedicar mais tempo às tarefas domésticas e familiares
do que os homens.

No entanto, mais de 8 em cada 10
europeus pensam que os homens deveriam assumir as tarefas domésticas de forma
equitativa ou gozar de licença parental para cuidar dos filhos.

Uma realidade global é que as
mulheres assumem o controle de tarefas importantes não remuneradas, como
trabalho doméstico e cuidar de crianças ou parentes em maior escala do que os
homens. Os homens que trabalham gastam, em média, nove horas semanais em cuidados
não remunerados e atividades domésticas. Já as mulheres que trabalham gastam 22
horas, o que significa três horas todos os dias. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução

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