Oposição do Peru diz pretende apoiar vice
Partido Força Popular anuncia apoio a Martín Vizcarra, caso Kuczynski seja obrigado a deixar
a presidência
O partido fujimorista Força Popular, que domina o Congresso peruano, afirmou que apoiará o primeiro vice-presidente Martín Vizcarra para que assuma a presidência do país, se hoje for aprovada a destituição de Pedro Pablo Kuczynski da chefia do Estado.
“Tenho certeza de que esse e os outros grupos respeitarão a ordem de sucessão exigida pela Constituição. Respaldaremos o primeiro vice-presidente da República para que assuma o comando da Nação”, declarou o congressista Daniel Salaverry, porta-voz legislativo da Força Popular.
A imprensa local anunciou que Vizcarra, atual embaixador do Peru no Canadá, chegaria ao país ontem. Na última sexta-feira (15), quando começou a crise política que pode levar à destituição de Kuczynski, o vice-presidente reafirmou seu compromisso “com a governabilidade” do país.
“O Peru é maior que seus problemas. O nosso compromisso é com a governabilidade, respeitando a Constituição e as instituições democráticas, sem importar as cores políticas”, escreveu o político em seu Twitter.
Enquanto isso, Salaverry fez ontem um pronunciamento, acompanhado por um grupo de legisladores da Força Popular. Ele assegurou que existe uma “campanha midiática e de mentiras” contra o fujimorismo e que a eventual destituição de Kuczynski é um atentado contra a democracia no país.
“O que realmente estamos fazendo é ativar um mecanismo constitucional que nos permite lutar contra a corrupção, justamente em defesa da democracia”, argumentou.
Além disso, acrescentou que recebeu informações de que estariam tentando “semear evidências” em seus locais partidários para justificar um pedido de prisão preventiva contra a líder da Força Popular, Keiko Fujimori.
A líder opositora deverá se apresentar hoje à Promotoria de Lavagem de Dinheiro, que investiga o suposto financiamento irregular das suas campanhas eleitorais de 2011 e 2016.
O Congresso do Peru escutará hoje a defesa do presidente Kuczynski, diante do pedido de destituição presidencial feito pela oposição. Após o julgamento, haverá debate e a votação para saber se essa medida extrema será aceita por “incapacidade moral permanente”.
A permanência de Kucyznski na presidência foi seriamente questionada depois que, na semana passada, surgiu a informação de que uma empresa de sua propriedade ofereceu serviços de consultoria para a construtora Odebrecht entre os anos de 2004 a 2007.
Kuczynski reconheceu que recebeu pagamentos para um contrato de consultoria. (Agência Brasil)