Maluf deixa PF em São Paulo e é transferido para Brasília
Ainda hoje (22) o deputado passará por uma perícia médica para determinar se terá ou não direito cumprir a pena em prisão domiciliar
O deputado Paulo Maluf (PP-SP)
está a caminho de Brasília, onde deverá ser submetido ainda hoje (22) a uma
perícia médica para determinar se terá ou não direito cumprir a pena em prisão
domiciliar. Ele deixou a Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, por
volta das 11h. O embarque no avião da Polícia Federal será no Aeroporto de
Congonhas (SP).
Em Brasília, Maluf fará uma série
de exames antes de ser levado para o bloco V do Centro de Detenção Provisória
do Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal, conforme solicitação
do juiz Bruno Aielo Macacari, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal
(VEP-DF). Na Papuda, Maluf deverá cumprir a pena em uma ala especial para
idosos.
Maluf estava na Superintendência
da Polícia Federal, em São Paulo, desde o dia 20, quando se entregou, após o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin expedir mandado de
prisão para cumprimento definitivo da pena de 7 anos e 9 meses por lavagem de
dinheiro em regime fechado na Penitenciária da Papuda.
Após a prisão, a defesa do
deputado entrou com um pedido para que a execução da pena fosse suspensa. A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, no entanto, negou o pedido de suspensão.
Na decisão, a ministra entendeu
que não há urgência processual que justifique o deferimento da liminar durante
o recesso do Judiciário. A ministra também afirmou que Maluf teve chance de
apresentar defesa durante os 10 anos de tramitação do processo desde a sentença
de primeiro grau.
Ontem (21), o juiz Macacari
enviou ofício à Polícia Federal cobrando a imediata transferência do deputado
federal Paulo Maluf (PP-SP) para Brasília. A vara determinou a realização de
perícia médica oficial em na capital federal para avaliar se o deputado poderá
cumprir prisão domiciliar humanitária por ter 86 anos e problemas de saúde. O
pedido para o parlamentar não ser levado para a Penitenciária da Papuda, em
Brasília, e cumprir pena em casa foi feito na quarta-feira por seus advogados.
Lavagem de dinheiro
Segundo a denúncia do Ministério
Público, Maluf recebeu propina de contratos públicos com as empreiteiras Mendes
Júnior e OAS, no período em que foi prefeito da cidade de São Paulo
(1993-1996). Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água
Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi
cerca de R$ 800 milhões.
As investigações se arrastaram
por mais de 10 anos, desde a instauração do primeiro inquérito contra o
ex-prefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores estimaram
em US$ 170 milhões a movimentação de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o
caso após a eleição de Maluf como deputado.
Maluf foi condenado em maio pela
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O colegiado entendeu que ele
movimentou quantias milionárias em recursos ilícitos localizados em contas nas
Ilhas Jersey. Apesar de julgar pela prescrição do crime de corrupção passiva,
os ministros votaram pela condenação por lavagem de dinheiro.
Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução