Corte do Peru aprova extradição de ex-presidente Alejandro Toledo
Sala Penal Permanente votou de forma unânime em favor da solicitação. Alejandro é investigado por supostamente receber propinas avaliadas em US$ 20 milhões
A Suprema Corte de Justiça do Peru aprovou nesta terça-feira
(13) o envio aos Estados Unidos do pedido de extradição do ex-presidente
Alejandro Toledo (2001-2006), que é investigado por supostamente receber
propinas avaliadas em US$ 20 milhões da Odebrecht.
A Sala Penal Permanente votou de forma unânime em favor da
solicitação apresentada pelo juiz Richard Concepción Carhuancho pelos supostos
crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e conluio, de acordo com a
resolução publicada no site do Poder Judiciário.
O juiz supremo César San MartÃn presidiu a audiência que
emitiu a decisão consultiva, que dispôs que o caderno de extradição de Toledo seja
remetido ao Ministério da Justiça para sua tramitação.
Com a solicitação aprovada pelo Judiciário, o governo peruano
deve ratificá-la no Conselho de Ministros antes que ela possa ser enviada,
através da Chancelaria, ao Departamento de Justiça dos EUA para conseguir a
repatriação de Toledo e colocá-lo à disposição da Justiça peruana.
Propina
O ex-presidente, residente nos Estados Unidos, tem uma ordem
de detenção por 18 meses, ditada em fevereiro do ano passado, por causa das
declarações do ex-diretor da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, às justiças
peruana e brasileira. Segundo Barata, a Odebrecht pagou propina ao
ex-presidente para ganhar a licitação de dois trechos da rodovia Interoceânica
Sul.
Além disso, Toledo foi investigado nos últimos anos pela
aquisição de casas e escritórios em Lima por quase US$ 5 milhões com recursos
da empresa Ecoteva, criada pelo seu amigo Josef Maiman e a sua sogra Eva
Fernenbug, na Costa Rica.
Maiman confirmou ao Ministério Público peruano que emprestou
suas contas a Toledo e que os recursos, procedentes de contas de Odebrecht,
foram transferidos para a Ecoteva.
No Peru, o caso Odebrecht se concentrou em seguir o rastro
das propinas milionárias que a companhia brasileira admitiu para a Justiça
americana que pagou para funcionários e agentes públicos em troca da concessão
de obras entre 2005 e 2014, além das contribuições ilegais para polÃticos
peruanos.
Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução/AFP/Cris Bouroncle)