Peça “Quando se abrem os guarda-chuvas” ocorre nesta quarta (28)
O espetáculo, um poema cômico sobre o envelhecer apresentado pela atriz Fernanda Pimenta, do Grupo Farândola Teatro, terá 10 apresentações gratuitas, em diferentes espaços da capital.
Nesta quarta-feira (28), é a vez da Oficina Cultural Geppeto, no Setor Pedro Ludovico, receber o espetáculo Quando Se Abrem os Guarda-Chuvas, do Grupo Farândola Teatro. O evento é gratuito e livre para todas as idades. A apresentação faz parte do projeto de circulação contemplado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia e produzido pela Plano V Eventos e Cultura.
Entre os meses de março e julho, o espetáculo “Quando se abrem os guarda-chuvas” estará nos palcos de Goiânia e Aparecida de Goiânia, interpretado por sua criadora, a atriz Fernanda Pimenta. A circulação prevê 10 exibições em 10 diferentes espaços da região metropolitana, sempre às quartas-feiras, seguido de bate-papo entre a artista e o público. Todas as apresentações do projeto são gratuitas.
A ação, caracterizada como uma temporada teatral circulante, tem o propósito de contemplar públicos diversificados, criando uma agenda com maior duração, trazendo ao espectador a certeza de que em duas quartas-feiras de cada mês, durante cinco meses, haverá teatro em algum lugar da capital. Durante o projeto o público ainda terá a oportunidade de conversar com os realizadores do espetáculo, para falar tanto da produção cênica que ocorre em nossa região, quanto sobre os caminhos que levaram à construção deste trabalho.
A diversidade de plateias também se relaciona com a pluralidade dos espaços cênicos que serão utilizados, como no caso do Ponto de Cultura Cidade Livre – Teatro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia; da Escola Municipal Renascer, que fica no bairro Real Conquista; ou da Oficina Cultural Geppetto, no Setor Pedro Ludovico; e ainda a Universidade Federal de Goiás e os cafés e bares da capital que abrem espaço para o teatro; o Espaço Sonhus, no centro de Goiânia; o Instituto Federal de Goiás; o Zabriskie Teatro. Todos são considerados equipamentos culturais, capazes de agregar ainda mais valor ao que está sendo colocado em cena.
Uma ode à velhice contemporânea
O monólogo “Quando se abrem os guarda-chuvas” tem a atuação de Fernanda Pimenta, que também é co-autora da obra. A direção é da espanhola Elena Diego e a dramaturgia do carioca João Pedro Fagerlande. Sua estreia ocorreu em 2011 e desde então tem conquistado plateias brasileiras e estrangeiras, com um trabalho de teatro físico e poético, que é ao mesmo tempo melancólico e cômico, lírico e áspero, contundente e apaziguador.
A oralidade é o ponto de partida da personagem Conceição, uma viúva de mais de 70 anos, que se relaciona com o público de uma maneira calorosa, falando de seu dia-a-dia de pessoa idosa, que viu seu mundo se transformar aos poucos, sem que tivesse o controle dos caminhos que a fizeram chegar até ali. A espevitada figura fala em futuro, em desejos, em como se relaciona com um mundo cada vez mais veloz e tecnológico, e certifica a audiência de sua autonomia e capacidade de se apropriar de tudo isto que agora a rodeia, inclusive sua vontade de novamente amar. Em um decorrer de espetáculo penumbroso e de energia crescente, Dona Conceição contracena com suas memórias e com personagens que estão do outro lado da ligação ou das redes sociais, e as traz tão vividamente para a cena, que chegamos a ouvir suas vozes. Ou seja, quando Dona Conceição abre seu guarda-chuva é tão somente para sair mundo afora, caminhando em direção a um futuro que ainda pode lhe reservar muitas surpresas.
(Foto: Divulgação)