Demóstenes Torres defende prévia na base aliada para o Senado
Procurador de Justiça e pré-candidato, Torres diz que aceita a realização de consulta à base aliada para definir vaga com Lúcia Vânia
Venceslau Pimentel
O procurador de Justiça Demóstenes Torres, pré-candidato ao Senado pelo PTB, defende a realização de prévia na base aliada ao governo para definir uma das duas vagas ao Senado, entre ele e a senadora Lúcia Vânia (PSB), na chapa majoritária que deverá ser encabeçada pelo governador José Eliton (PSDB), candidato à reeleição. Uma vaga é considerada como certa para o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
“Eu respeito critérios. Acho que a palavra do Marconi, do José (Eliton), dos nossos prefeitos, vereadores e deputados estaduais e federais é preponderante. Acho que quem tiver esse apoio deve ser o candidato”, defende Torres. “Além, é claro, das intenções de voto”, arrematou, em entrevista a O Hoje. “Claro que eu defendo prévia”.
Segundo ele, até o início de agosto esses critérios devem nortear quem deve disputar eleição para o Senado na chapa governista. “Claro que uma vaga já está assegurada a Marconi”, disse. “Qualquer que seja o critério obedeço e respeito”.
A disputa pela vaga ao Senado coloca a base aliada sob pressão. Em reunião com Marconi e Eliton, em março, Lúcia teria acertado vaga na chapa governista.
Demóstenes vem se movimentando para fazer dobradinha com Marconi desde o fim de maio. Mais especificamente no dia 27 de maio, data em que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a ele uma liminar suspendendo a sua inelegibilidade, permitindo a ele se candidatar nas eleições deste ano. Demóstenes perdeu o mandato em 2012.
Pré-candidato segue agenda de José Eliton
Na liminar, Toffoli negou o pedido do ex-senador para retornar ao mandato. O mérito do pedido, favorável a Demóstenes, já foi analisado pela Segunda Turma do STF. Em seu parecer, o ministro justifica a concessão parcial da liminar salientando que as interceptações telefônicas feitas durante as operações Vegas e Monte Carlo haviam sido invalidadas pela Segunda Turma do STF, em outubro de 2016.
Com isso, o ministro do Supremo frisou que Torres tem condições para disputar mandato eletivo. No caso de a inelegibilidade não ser suspensa, ele argumenta que o ex-senador poderia ser prejudicado de disputar mandato, porque ele não teria tempo hábil de se afastar do cargo de procurador de Justiça de Goiás. O prazo de desincompatibilização é de seis meses antes do pleito.
As interceptações foram consideradas ilegais porque o STF teria que autorizar o procedimento. Isso porque senadores e deputados federais têm foro privilegiado. A relatoria desse processo também ficou com Dias Toffoli.
Confiante de que terá lugar na chapa governista, o procurador de Justiça, diz apostar no seu retorno ao Senado. “Acho que agora eu tenho a oportunidade de contar a minha história, não como desculpa, mas com a inocência reconhecida pela Justiça”,
Agenda
Demóstenes Torres tem acompanhado a maioria da agenda do governador, tanto em Goiânia como no interior do Estado. Ao mesmo tempo, tem angariado apoio de dirigentes partidários da base aliada.
Antes do feriado, ele esteve no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB). “Estou retomando contatos políticos após ser inocentado pelo Supremo e ser liberado para me candidatar novamente”, contou.