Decisão assertiva tornou a marca uma das três maiores do Brasil
Dona da Hope prova todos os sutiãs, diz ter errado em estratégia e acertado ao contratar Gisele Bündchen
“Tudo que a Hope cria é objeto de desejo meu. Se não é, nem lanço. E, por ser mulher, posso provar todos os produtos”. Dificilmente uma empresa consegue ter uma fórmula de sucesso tão redonda quanto essa: um dono que, na pele, deseja, testa e usa o que produz. Mas a bem-aventurança da marca e, especialmente, do prazer de Sandra Chayo em trabalhar nela, não aconteceu de imediato.
Formada em arquitetura, essa paulistana de 42 anos, casada e mãe de três filhos, não queria entrar na empresa que seu pai, o libanês Nissim Hara, fundou há 52 anos. Porém, ela e as irmãs, Karen e Daniela, perceberam que podiam transformar o negócio paterno em algo mais promissor. Contratar Gisele Bündchen como garota-propaganda foi o ponto mais visível do arrojo de Sandra; porém, para transformar a empresa em uma das três maiores marcas de lingerie do país, ela enfrentou muita resistência.
Em entrevista exclusiva à repórter Dinalva Fernandes, da Universa, do UOL, Sandra fala que um dos principais desafios enfrentados foi quando a marca decidiu desacelerar as vendas em magazines e supermercados de forma abrupta. “Isso nos gerou dois anos de prejuízo. Se a mudança tivesse sido mais sutil, não teríamos sofrido tanto”, afirma.
Segundo ela, a mulher leva mais emoção para o ambiente de trabalho. E mostrar fraqueza, quando existe, ajuda. “A gente lida com pessoas e mostrar emoção nos aproxima dos colaboradores, fornecedores e até mesmo dos clientes. E somos em maioria na empresa”, alega.
Por ser uma das filhas do dono, ela conta que já sofreu preconceito. “Não conseguia implantar ideias novas, pois eram barradas por funcionários mais antigos. A minha ideia de entrar no varejo e criar uma rede de lojas monomarca, por exemplo, nunca era aprovada. Então, tive a ideia de implantar o sistema de franshising, que minimizava nosso investimento inicial e, finalmente, consegui aval para iniciar o projeto. Provei que na praça onde implantávamos uma franquia Hope, as vendas para clientes multimarcas cresciam mais do que nas que não tinham franquia”, recorda.
Com informações da Universa/UOL – Reportagem: Dinalva Fernandes – Fotografia: Carine Wallauer