Mulheres são mais propensa a desenvolver doenças oculares
Enquanto elas são mais suscetíveis ao olho seco e têm problemas relacionados ao uso da maquiagem, eles sofrem com daltonismo, segundo oftalmologista da Clínica de Oftalmologia Integrada
Da Redação
O inofensivo ato de coçar os olhos, causado por fatores ambientais, patológicos e/ou medicamentosos é prejudicial à saúde ocular. Como a estrutura desse órgão é muito delicada, a pressão exercida pelos dedos pode lesionar áreas
importantes levando ao desenvolvimento de doenças que podem comprometer a visão.
As mulheres queixam-se com maior frequência de problemas de visão do que os homens. De acordo com levantamento feito pelo Healthy Sight Institute, 57% das brasileiras entrevistadas declararam ter alguma patologia, enquanto entre os homens o percentual foi de 47%. Não é apenas o uso de maquiagem que influencia nesse resultado: os hormônios são grandes culpados por essa diferença entre os gêneros.
O estrogênio, associado ao controle da ovulação e ao desenvolvimento de características femininas, é um dos responsáveis pela predisposição ao ressecamento de mucosas dos olhos, boca e órgão genital. Isso torna mulheres mais suscetíveis a enfermidades como a síndrome do olho seco, doença ocular que mais as atinge, causada pela deficiência na lubrificação do órgão da visão, segundo Ricardo Filippo, especialista em Oftalmologia e Oncologia Ocular e sócio fundador da COI – Clínica de Oftalmologia Integrada.
Nos últimos meses de gravidez, as mulheres também se queixam de maior sensibilidade ocular; as doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla atingem com maior frequência o sexo feminino, expondo-as ainda mais. “Os homens, por sua vez, sofrem com daltonismo. Apesar de não ser uma patologia muito comum, é hereditária e recessiva ligada ao cromossomo X, por isso acomete praticamente apenas o sexo masculino”, explica.
A chegada da terceira idade aumenta o risco de afecções oftalmológicas, pois com o decorrer dos anos os tecidos oculares envelhecem, somando-se às inúmeras alterações morfológicas nos olhos. “Catarata e glaucoma são recorrentes nessa fase. As mulheres, ao atingirem a menopausa, ficam ainda mais suscetíveis, devido ao desequilíbrio e alteração dos hormônios que aumentam a propensão a distúrbios”, detalha.
Outro agravante e quase unanimidade entre as mulheres, o uso constante de maquiagem leva duas em cada dez pacientes a apresentarem problemas oculares, aponta a Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Lesões na córnea, processos alérgicos, terçol e entupimento das glândulas de gordura da pálpebra são algumas das complicações pela falta de cuidado e uso de produtos fora da validade. “O compartilhamento de produtos, itens vencidos e descuido na hora de aplicá-los, falta de higienização dos pincéis e até mesmo a falta de assepsia da pele podem tornar os olhos vulneráveis a sérios problemas”, alerta Ricardo.
Por ser uma região extremamente delicada, a Clínica de Oftalmologia Integrada recomenda cuidados essenciais ao fazer a maquiagem, a fim de evitar traumas ou infecções:
1) Contornar as pálpebras com o lápis, apenas do lado de fora, em pequena quantidade e com atenção para não encostar na córnea;
2) Preferir o rímel lavável ao à prova d’água, pois sai com mais facilidade e evita o atrito na área;
3) Remover a maquiagem diariamente antes de dormir;
4) Investir em bons demaquilantes ou usar xampu infantil, por ter formulação neutra e não agredir a pele, para a assepsia.