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sábado, 23 de novembro de 2024
Em 2018

Setor de eletroeletrônicos cresce 14,6% no primeiro semestre

O grande impulso para o aumento das vendas foram os televisores, cujas vendas apresentaram aumento de 29,98% em comparação ao ano anterior por causa da Copa do Mundo

Postado em 23 de julho de 2018 por Márcio Souza
Setor de eletroeletrônicos cresce 14
O grande impulso para o aumento das vendas foram os televisores

A linha de portáteis registrou alta nas vendas de 12,99% no período, com 30 milhões de equipamentos comercializados

O volume de vendas do setor de eletroeletrônicos, que
representa cerca de 3,34% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, cresceu 14,6%
no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado,
passando de 45,5 milhões de unidades vendidas da indústria para o varejo para
52,1 milhões. O balanço foi divulgado hoje (23) pela Associação Nacional de
Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), durante a feira Eletrolar
Show 2018, que acontece até quinta-feira (26) no Transamerica Expo Center.

Segundo presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento
Junior, o grande impulso para o aumento das encomendas do setor foram os
televisores, cujas vendas apresentaram aumento de 29,98% em comparação ao ano
anterior por causa da Copa do Mundo e do desligamento do sinal analógico. A
comercialização de TVs passou de 5,1 milhões de unidades no ano passado para
6,59 milhões em 2018.

A linha de portáteis registrou alta nas vendas de 12,99% no
período, com 30 milhões de equipamentos comercializados. Já a linha branca
(refrigeradores, fogão, entre outros) teve uma expansão de 2,75%, com 6,72
milhões de unidades vendidas. A linha marrom, por sua vez, que inclui TVs e aparelhos
de som e vídeo, cresceu 20,27%.

O crescimento, no entanto, foi relativizado pelo presidente
da Eletros. Segundo ele, a comparação deste ano é com o fim de um período de
crise, que durou entre 2015 e 2017. Além disso, o setor sentiu os efeitos da greve
dos caminhoneiros. O prejuízo ainda não foi contabilizado em números, disse
Nascimento Junior.

“A gente vinha em uma retomada de crescimento. Os números
mostravam um aumento na geração de empregos e também na produção industrial,
com aumento do consumo. Passamos 2015, 2016 e 2017 em uma crise, com
investimentos acanhados, com instabilidade econômica e política também. Quando
estamos na retomada disso, surge uma greve totalmente inusitada, que chegou a
parar muitos estados do país”, disse ele. “Foram 10 ou 12 dias de greve mas com
consequências gravíssimas para a economia”, ressaltou.

Para este ano, a expectativa da Eletros é de vendas entre 10%
a 15% maiores que as do ano passado. No entanto, o presidente da entidade disse
que a expectativa deverá ser revista em setembro e pode ser menor do que a
esperada. “Neste momento o viés é de baixa”, falou.

Para Carlos Clur, presidente do grupo Eletrolar, 2018 foi um
ano “complicado” para o setor, principalmente por causa da valorização do
dólar. “A movimentação do dólar atrapalha o setor. Um dólar instável faz com
que todos os produtos que são importados tenham variação de valor. Os
fabricantes têm que comprar aço, plástico e todos os insumos, que são
dolarizados. Então, a mudança dos preços faz com que a indústria perca
rentabilidade e dinheiro”, disse ele.

Tabelamento do frete

Durante coletiva à imprensa, Nascimento Junior criticou o
tabelamento do frete, que foi uma das demandas dos caminhoneiros durante a
paralisação deste ano. Para ele, o tabelamento não vai ajudar os caminhoneiros
e os prejuízos poderão ser transferidos para os consumidores. “Tivemos empresas
associadas que continuaram com problema porque a greve parou, mas [voltou] com
um tabelamento de frete totalmente desproporcional ou diferente da realidade de
políticas de preços vigente até então. Teve fábricas com o produto acabado e
pedido feito, para ser entregue, e que não foi entregue porque o frete que era
oferecido a R$ 7 mil virou R$ 17 mil”, disse o presidente da Eletros.

Segundo ele, o tabelamento significou aumento de 186% no
valor do custo de frete para o setor: “caminhoneiro é nosso parceiro, é parte
do nosso negócio. Mas o tabelamento do frete veio em um momento que ninguém
esperava e na retomada do crescimento”.

“Em um primeiro momento, parece ser muito positiva para os
caminhoneiros, mas não é porque muitas empresas já pensam em ter seu próprio
frete e sua própria equipe de logística, porque, na ponta do lápis, está
ficando mais caro contratar ou terceirizar. E aí o prejudicado será o
caminhoneiro autônomo. Não ao tabelamento! Isso tem que ser livre mercado
mesmo. Temos que sentar e conversar”, falou ele.

Eletrolar

A Eletrolar Show é considerada a maior feira de empresas de
eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, utilidades domésticas, celulares e
TI da América Latina. Neste ano, a feira apresentará cerca de 10 mil produtos,
de 700 marcas para um público esperado de 29 mil visitantes da indústria e do
varejo, que representam mais de 30 mil pontos de venda em todo o território
nacional.

 (Agência Brasil)

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