Espanha condena morte do jornalista Jamal Khashoggi: “sem paliati
O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, condenou ontem (24) “sem paliativos” o “terrível” assassinado do jornalista saudita Jamal Khashoggi, mas justificou a manutenção da venda de armas à Arábia Saudita com base na defesa dos interesses da Espanha e do trabalho em setores estratégicos como os estaleiros. “Se me perguntam onde eu tenho […]
O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, condenou ontem (24) “sem paliativos” o “terrível” assassinado do jornalista saudita Jamal Khashoggi, mas justificou a manutenção da venda de armas à Arábia Saudita com base na defesa dos interesses da Espanha e do trabalho em setores estratégicos como os estaleiros.
“Se me perguntam onde eu tenho que estar hoje eu respondo: é aqui, na defesa dos interesses da Espanha, do trabalho de setores estratégicos, muitos deles situados em áreas muito afetadas pelo drama do desemprego”, afirmou Sánchez.
A Espanha enfrenta um dilema: condenar o regime saudita e aderir à suspensão da venda de armas anunciada pela Alemanha, ou manter o contrato para a construção de cinco navios militares para o país árabe.
Em seu comparecimento ao plenário do Congresso dos Deputados para falar sobre o assunto, o presidente de governo espanhol afirmou que o “terrível crime” contra Khashoggi deve ser investigado e que a Justiça deve atuar para que “todo o peso da lei caia” sobre os responsáveis.
No entanto, Sánchez afirmou que isso “não pode, nem deve impedir” que ele e seu governo atuem “com responsabilidade” na defesa dos interesses nacionais.
O contrato para a construção dos navios está a cargo do estaleiro Navantia, de propriedade estatal e situado na baía de Cádiz, no sul do país, uma das regiões com maior nível de desemprego da Espanha, e onde trabalhadores e sindicatos reivindicam a manutenção do contrato, está avaliado em 1,8 bilhão de euros e que criaria aproximadamente 6 mil empregos. (Agência Brasil)