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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Comédia

Ingrid Guimarães estreia ‘Viver do Riso’ neste sábado

Ao longo de dez episódios, exibidos aos sábados, 19h15h, a atriz, roteirista e apresentadora descortina a história da comédia no país

Postado em 25 de outubro de 2018 por Guilherme Araújo
Ingrid Guimarães estreia 'Viver do Riso' neste sábado
Ao longo de dez episódios

Da Redação

Neste sábado (37), a atriz Ingrid Guimarães estreia a série documental Viver do Riso, no VIVA, com produção da Producing Partners e direção dos premiados diretores e documentaristas Tatiana Issa, Raphael Alvarez e Guto Barra. Ao longo de dez episódios, exibidos aos sábados, 19h15h, a atriz, roteirista e apresentadora descortina a história da comédia no país, através de seus mais emblemáticos representantes, de todas as gerações. Em conversas intimistas, mais de 90 artistas contam casos de bastidores, revelam fatos e dão depoimentos francos sobre os efeitos do humor em suas vidas e sobre a comédia no Brasil.

Em cada episódio, dividido em atos, Ingrid conversa sobre diferentes temas com dezenas de convidados – ao todo foram mais de 90 entrevistas – e os assuntos são ilustrados com imagens de arquivo de atuações antológicas de comediantes como Chico Anysio, Jô Soares, Renato Aragão, Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Carlos Alberto de Nóbrega. “A série traça mais do que uma linha do tempo, ou um retrato cronológico do humor, ela mostra as diversas variações do gênero e como cada humorista encontrou seu caminho, ou foi encontrado por ele. E um dos temas que mais me interessou nesse documentário foi o papel da mulher na comédia”, diz Ingrid.

Na estreia de Viver do Riso, ela investiga a trajetória da mulher na comédia e o longo caminho desbravado pelas atrizes comediantes no Brasil num ambiente machista e misógino. E apresenta testemunhos contundentes, como o de Maurício Sherman, que, antes de dirigir os humorísticos da TV Globo Faça Humor, Não Faça Guerra, Chico City, Chico Anysio Show, Os Trapalhões e Zorra Total durante 15 anos, comandou nos anos 50 e 60 diversos espetáculos do Teatro de Revista. “Naquele tempo não era de bom tom nem as moças rirem, elas eram criadas como virgens recatadas que não podiam nem gargalhar, riam com as bocas fechadas. O palco nunca foi palco de mulher, nos tempos de Shakespeare os homens é que faziam os papeis femininos.” Dercy Gonçalves (1907-2008) que o diga. Disruptiva com sua irreverência num tempo em que a mulher era completamente submissa, ela levantou a bandeira do empoderamento feminino desde que surgiu em cena: “Sou de uma época em que o teatro no Brasil era considerado prostituição. A mulher de teatro era puta. Puta fichada na polícia, de carteirinha – eu tenho a minha até hoje”, dispara, em um de seus shows.

Marcius Melhem, comediante e roteirista, afirma que historicamente o humor sempre esteve na mão dos homens. Isso explica o humor televisivo nos anos 70, 80 e 90, quando a mulher retratada era sempre a “boazuda” ou a feiosa engraçada. “No Zorra antigo eram 20 autores e só 2 mulheres. Quando a gente assumiu o novo Zorra, havia uma diretriz acabar com isso. Agora são 20 autores, sendo 7 mulheres. E temos dois redatores finais: um homem e uma mulher.”

Em 1988, o disruptivo programa TV Pirata ressignificou completamente o conceito de programa humorístico, com um tom crítico que em nada lembrava a comédia besteirol. E, como lembra Patricia Travassos, roteirista da série Armação Ilimitada, antes disso a personagem Zelda Scott (Andréa Beltrão) também quebrou paradigmas quando surgiu, em 1984: ela fugia do estereótipos do padrão feminino de beleza: era intelectual, usava óculos e tirava onda com seus dois namorados, os surfistas Lula (André de Biase) e Juba Kadu Moliteno). “Dizem que a Zelda é meu alter ego”, diz Patricia.

Em Viver do Riso, os temas de cada programa ilustram as diversas formas que fizeram o gênero alcançar o grande público e as múltiplas maneiras de fazer humor. “Para o VIVA, o projeto é uma homenagem a todos que fazem do riso o seu ofício, e busca resgatar a história de um dos gêneros mais ricos e antigos do país. É um belo registro, leve e informativo. Uma delícia de assistir”, comenta Mariana Koehler, Diretora de Conteúdo do VIVA. 

O segundo episódio vai discutir a força do humor feito em dupla, sucesso desde os tempos de Oscarito e Grande Otelo. Uma ode a Chico Anísio e sua genialidade em criar personagens reúne grandes nomes que trabalharam com o humorista ao longo de sua vida e relembram toda sua contribuição ao gênero. Autores como Silvio de Abreu e Miguel Falabella também são celebrados e falam sobre o tom do texto humorístico, seus desafios e inspirações. A evolução para o stand-up comedy e os novos humoristas, revelados através de canais na internet, também são abordados e a discussão gira em torno de cases como o fenômeno Whinderson Nunes e essa nova geração que usou a tecnologia a favor do humor. Um programa também é exclusivamente dedicado aos Trapalhões, quarteto que atravessou gerações com suas piadas atemporais e as diferenças que tornaram o quarteto uma unanimidade. Entre as revelações, o eterno trapalhão fala sobre o início de sua paixão pelo gênero: “Até eu ver o Oscarito no cinema, eu não tinha nenhuma vontade de fazer nada de humor”.

O drible à censura também não fica de fora da série. Os criadores da TV Pirata e do Casseta e Planeta falam sobre como conseguiram se estabelecer sem perder o tom ácido de suas piadas. No mesmo programa, os limites do humor são discutidos em um bate-papo com artistas mais  polêmicos, como Rafinha Bastos. A série embarca em uma viagem pela comédia brasileira aportando em cada estado, mostrando as características e particularidades do humor regional, que revelou nomes de sucesso como o cearense Tom Cavalcante e a pernambucana Fabiana Karla. O humor de bordão de Jô Soares encerra a série, e, no mesmo episódio, veteranos como Agildo Ribeiro (em uma de sua últimas entrevistas), Ary Toledo e Carlos Alberto de Nóbrega discutem como é envelhecer no universo do riso.

Viver do Riso traz mais de 90 nomes responsáveis pelas gargalhadas que embalaram as mais diversas gerações, desde a consolidação do gênero no país. Homenagens, histórias, revelações e curiosidades do mundo do riso são reveladas por aqueles que encontraram no humor o palco para suas vidas e levaram alegria em tempos de riso ou mesmo em tempos sombrios de censura. “O riso atravessa fronteiras. Viver do riso é uma forma de vida, um encontro. Eu diria que a comédia é muito mais que um gênero, é um dom”, resume Ingrid. 

O assinante do VIVA ainda pode acessar toda a programação do canal no Globosat Play. O serviço de TV Everywhere disponibiliza os conteúdos dos canais Globosat sem custo extra – na SmartTV, no computador ou em aplicativos para celulares e tablets. Muitos programas também podem ser assistidos através dos serviços sob demanda das operadoras: Net NOW, Vivo Play, e Oi Fibra. 

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