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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
SALÁRIO ATRASADO

Governo propõe pagar folha de dezembro em seis meses

Valores ainda não quitados de 156 mil servidores públicos é de R$ 763 milhões. Proposta prevê pagamento dos menores salários primeiro

Postado em 17 de janeiro de 2019 por Lucas de Godoi
Governo propõe pagar folha de dezembro em seis meses
Valores ainda não quitados de 156 mil servidores públicos é de R$ 763 milhões. Proposta prevê pagamento dos menores salários primeiro

Secretária da Fazenda afirmou que salários serão quitados independentemente da adesão aao Reigime de Recuperação Fiscal (Foto: Denis Marlon)

Raphael Bezerra* 

O Governo de Goiás propõe escalonamento de salário de dezembro em até seis faixas de pagamento. A proposta foi apresentada na noite desta quinta-feira (17) durante reunião com representantes do Fórum em Defesa dos Servidores Públicos do Estado de Goiás. Os representantes dos sindicatos apresentaram contraproposta que visa o pagamento do mês de dezembro dividida em duas folhas, sendo paga 50% em janeiro e 50% em fevereiro. Uma nova reunião está marcada para às 14 horas desta sexta-feira para definir um consenso. 

A assessoria da
secretaria da Fazenda explicou que o que será parcelado não será o salário dos
funcionários públicos do estado, mas serão criadas faixas de pagamento de
acordo com o valor recebido por cada servidor. De acordo com o cronograma
apresentado, serão seis faixas de pagamento, iniciando por quem recebe até R$
3,3 mil. A segunda faixa de pagamento é para aqueles servidores que recebem até
R$ 4,7 mil. Quem recebe acima de R$ 16,4 mil serão os últimos a receber.
Entidades apresentaram contraproposta que deverá ainda ser analisada em
assembleia geral na tarde de hoje.

O Secretário de
Governo, Ernesto Roller, disse, durante a reunião que não é possível pagar o
salário de dezembro e janeiro até o próximo dia 10. “Não é porque não queremos,
não tem dinheiro”, relatou, Roller ao criticar a gestão anterior, que, segundo
ele, deixou uma “herança maldita” para a nova gestão.

A partir de março

Cristiane Schmidt já havia afirmado ontem que os
salários atrasados começariam a ser pagos a partir de março, após a aprovação
do orçamento de 2019 pela Assembleia Legislativa de Goiás. O orçamento,
geralmente, é votado em dezembro, mas foi deixado para após a conclusão dos
trabalhos da missão do Governo Federal, que estudam a possibilidade de o estado
de Goiás aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

“Se tudo correr bem, vamos tentar começar a pagar a
partir de março, mas a assembleia que tem de aprovar o orçamento de 2019. Aí a
gente depende do governo federal para ver em quantas vezes faremos o pagamento,
estamos fechando o balanço de 2018 para encaminhar também. Não tem como o
pagamento não ser parcelado”, defendeu a secretária.

O Governo de Goiás tenta entrar no Regime de
Recuperação Fiscal para conseguir suspensão no pagamento de juros e amortização
da dívida com o governo federal. Essa medida ajudaria o estado endividado a
colocar as contas em dia. A secretária da Fazenda assumiu que além de débitos
com servidores, o Estado também possui dívidas com outros setores. “A merenda
está atrasada há quatro meses, há uma série de programas sociais que não
estavam sendo transferidos ao município, o que a gente quer é regularizar, olha
a problemática. A gente quer fazer uma gestão transparente, mas a gente tem de
arrumar a casa primeiro”, declarou.

No caso da merenda escolar, a secretária da Educação,
Fátima Gavioli, anunciou o pagamento de duas, das quatro parcelas em atraso.
Foi liberado R$ 5 milhões para o acerto da alimentação utilizada pela rede
pública estadual de ensino. Além disso, existe a programação para quitar, hoje,
uma parcela atrasada do transporte escolar. As dívidas com o programa somam R$
86 milhões.

Saúde

O secretário da Saúde, Ismael Alexandrino, diz ter
recebido a pasta com uma dívida de R$ 700 milhões. Para sanar esse débito, uma
equipe técnica da  Secretaria de Estado da Saúde está realizando um
levantamento de habilitações pendentes de serviços de saúde em Goiás.
A finalização desses processos implica na liberação de recursos federais, que
possibilitarão propiciar o investimento em melhorias e ampliação dos serviços
de saúde.

Segundo a secretaria, outro trabalho já iniciado pela
equipe técnica da nova gestão é a revisão do custeio de todas as Organizações
Sociais (OSs) que administram os hospitais públicos estaduais. Os contratos
firmados com as OSs serão auditados com o objetivo de avaliar, detalhadamente,
os valores investidos, como foram aplicados e o cumprimento de metas
estabelecidas. (* Especial para O Hoje)

  

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