Autor de ‘A Gargalhada de Sócrates’ fala sobre sucesso do romance
Publicitário Nelson Moraes, autor da obra, realiza noite de autógrafos nesta terça-feira em Goiânia
SABRINA MOURA*
A Gargalhada de Sócrates, encontrado nas publicações em formato digital, possui, agora, a chance de mostrar seu talento literário e atingir o grande público. Diante da repercussão da história, o autor e publicitário Nelson Moraes lança versão impressa do livro, nesta terça-feira(19), no Velvet36 Rock’nRoll Bar, em Goiânia.
Segundo o autor, nos dias de hoje tudo o que há de material, de físico, se tem correspondente no mundo virtual, e a mesma coisa acontece com os livros.“Da mesma forma que você tem um livro na estante, um livro físico, aquele que se folheia e tudo, você pode ter ele na versão digital que pode ser levado para aonde quiser. Ele cabe no seu tablet, no seu celular, no seu Kindle – um leitor de livros digitais –, e até no seu computador. É uma forma até mais prática de se acumular material. No Kindle, por exemplo, é possível acumular uma biblioteca. Ele facilita, e é mais cômodo. Em qualquer ocasião, se tem acesso à leitura”, explica Nelson sobre os benefícios do e-book.
Quando o norte-americano Michael Hart criou o primeiro livro digital do mundo, o e-book, em 1971, ele mal podia imaginar que a invenção, além de inaugurar uma nova plataforma de acesso às obras literárias, abriria caminho para novos escritores mundo afora. A tecnologia se popularizou, de fato, após 1998, com o surgimento dos primeiros dispositivos portáteis para livros digitais, eliminando os altos custos de impressão e distribuição dos livros físicos.
Apesar de toda a tecnologia, Nelson não acredita que o livro digital substitua o impresso. “Acho que elas são complementares, mas um não substitui o outro, não. A experiência sensorial de se ter um livro, sentir a textura, o papel é algo bem peculiar e interessante. Da mesma forma que, ao se ter um e-book, você pode experimentar a praticidade dele. São alternativas para o leitor”, afirma ele.
Em novembro do ano passado, Nelson lançou seu primeiro romance, A Gargalhada de Sócrates, em e-book, por meio da Amazon. Antes mesmo de fechar o ano, o livro foi eleito como um dos dez melhores romances de 2018 pela Revista Bula, em consulta feita a mais de 1.200 leitores Brasil afora, e recebeu elogios de críticos literários. Em pesquisa dessa mesma publicação com 3.400 internautas, A Gargalhada de Sócrates figurou também na lista dos 20 melhores livros de 2018.
Nelson conta ao Essência algo curioso quando o e-book foi lançado: “Tivemos uma receptividade muito legal e interessante, mas teve gente dessa geração mais nova que disse para mim que não se acostuma ao e-book. Apesar de saber da praticidade de a leitura fluir melhor, o negócio de muitas pessoas é o livro impresso mesmo. Essa ‘resistência’ ao e-book me levou a partir para as publicações impressas, que vai fazer com que mais pessoas leiam a obra. Foi uma forma de contornar essa ‘resistência’ em relação ao e-book, porém as duas versões caminham lado a lado”, explica ele sobre a decisão de lançar a obra também na versão impressa.
Nelson acredita nos e-books como uma forma alternativa e facilitada para se publicar, principalmente, para aqueles que não têm recursos ou contato com um editorial. “Trata-se de uma maneira fácil, rápida e prática para se publicar e ler, porém o livro físico também não vai perder cunho no mercado por causa deles, não”, declara ele. “Existem casos, na Europa, de escritores que começam a publicar, via e-books, e, devido à grande repercussão, acabam chamando a atenção de editoras ou formadores de opinião, o que acaba abrindo portas para o mercado editorial profissional. Os e-books são uma vitrine muito legal, e, no Brasil, isso já está começando a acontecer também”, completa ele.
A obra
A Gargalhada de Sócrates é uma engenhosa ficção envolvendo dois grandes personagens históricos antagônicos, o filósofo Sócrates e o comediante Aristófanes, juntos, em uma trama para desvendar uma série de assassinatos de filósofos em Atenas.
Nelson conta que este livro é uma sátira, um livro de humor que narra um acontecimento de 2.500 anos atrás, passado na Grécia antiga. “Na obra, temos o filósofo Sócrates, que, por submeter à ordem, foi condenado pelo governo de Athenas a tomar uma Cicuta (veneno). Ele passa 30 dias no cárcere, onde recebe a visita de um comediante, o Aristófanes. O que eu inventei – que é ficção – é um assassino, que começa a matar filósofos, em Atenas, e manda recadinhos para o comediante que, por não entenderos recados, procura Sócrates, um expert em filosofia e raciocínio lógico, que vai ajudar ele a decifrar a identidade desse serial killer, antes de ser executado pelo veneno”, finaliza o autor.
Mais leitores
Apesar de recentes notícias de uma crise aguda no mercado livreiro do Brasil – que levou a empresas como Saraiva e Cultura, duas das maiores distribuidoras de livros do País, a ameaçarem falência –, o hábito da leitura é crescente entre os brasileiros.
Segundo o panorama do mercado editorial brasileiro, apresentado no livro Marketing para Autores (Editora SGuerraDesing, 2018), em 1980 pouco mais 40% da população do Brasil (47 milhões de pessoas) se considerava leitora no País. Em 2016, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil aponta que 52% dos brasileiros são considerados leitores. Com o aumento da população – isso representa quase 100 milhões de novas pessoas –, deduz-se que, ao longo de quatro décadas, o Brasil conquistou quase 60 milhões de novos leitores regulares. A região Centro-Oeste, com 57% da população declaradamente leitora de livros, aparece como a segunda região com maior engajamento no consumo de obras literárias, segundo o levantamento Retratos da Leitura no Brasil.
*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação
da editora Flávia Popov
SERVIÇO
Lançamento da versão impressa da obra ‘A Gargalhada de Sócrates’
Quando: terça-feira (19) às 18h30
Onde: Velvet36 Rock’nRoll Bar (Rua 36, nº 378, Setor Marista – Goiânia)
Entrada gratuita