Dayrel Godinho

Especial para O Hoje

No meio do escândalo dos vazamentos das
conversas do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com o
procurador da Justiça Deltan Dallagnol e com outros procuradores da Operação
Lava Jato, o
vereador Clécio Alves (MDB) propôs título de cidadania para Sérgio Moro ontem
(27) sob a alegação de que o ministro tem
grande apoio dos goianos.

Esta série de reportagens
está sendo divulgada pelo site The Intercept Brasil desde o dia 9 deste mês,
quando fora publicada a primeira parte de um total de um total de sete
publicações. 

O projeto está no olho do furacão
porque o vereador propôs o título de cidadania goianiense dois dias após o
editor responsável pelo site, Glenn Greenwald, ser interrogado pelos deputados
federais na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara. E uma semana após o
próprio Sérgio Moro ir à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado,
para ser interrogado por 43 senadores que se inscreveram para interrogá-lo
sobre os vazamentos.

O projeto apresentado
pelo emedebista foi questão de debate entre o autor do projeto e o vereador
Paulo Magalhães (PSD), que trocaram citações durante a sessão durante vários
minutos, argumentando suas posições.

Apesar de apenas
apresentá-lo aos demais vereadores, Clécio defendeu Sérgio Moro e disse que o
que está acontecendo com ele não diz respeito ao que ele representa. “Esse
homem é um orgulho nacional. É uma vítima dos poderosos”, defendeu o emedebista.
Para ele, o ministro não fez nada de errado. “Vão querer dizer que o Moro
é quem é bandido”, concluiu o verador.

Contraponto

Paulo Magalhães, entre os embates com o autor do projeto já
adiantou seu voto contra a aprovação da matéria. “Vou votar contra essa
homenagem a esse juiz. Ele não merece tal honraria desta Casa”, concluiu o
vereador.

Contextualizando o fato, o vereador
disse que não conhece estes políticos que, para ele, vêm ao Estado raramente. “Não
costumo dar título para os desconhecidos. Esse presidente veio uma vez aqui em
Goiás, e não vai vir mais. Não vou dar um título a quem quer dar um salário de
R$ 400,00 para o aposentado”, concluiu o pessedista.