Nasa confirma que uma mulher deve ser a próxima pessoa a pisar na Lua
Em celebração aos 50 anos que o homem explorou a Lua, Nasa anuncia nova missão, dessa vez com astronautas mulheres
Ingryd
Bastos
Batizada de Artemis-3, a missão de voltar a Lua, prevista
para acontecer em 2024, vai levar a bordo a primeira astronauta mulher a pisar
no único satélite natural da Terra. Aos 50 anos do lançamento do foguete da
missão Apolo 11, em 16 de julho de 1969, a Nasa confirma que pretende cumprir o
prazo estipulado pelo governo dos Estados Unidos. Dessa vez, o projeto é montar
uma base no Pólo Sul da Lua para ser ocupado definitivamente em 2028, atendendo
a determinação de Donald Trump, “voltar para ficar”.
Apesar do pouco tempo para a missão, o administrador
chefe da Nasa, Jim Bridenstine, descartou a hipótese de utilizar um foguete em
operação ou já desenvolvido na missão de 2024, como o Falcon Heavy, da empresa
SpaceX. Para ele o maior problema agora é a falta de, se quer, um projeto de um
módulo de pouso na Lua, conhecida como “Gateway”, que é de onde o foguete
partiria e voltaria durante a expedição. A estação orbital lunar ainda não
existe, foi apenas planejada.
Em uma coletiva de imprensa feita por videoconferência, Bridenstine
explica que não tem como terminar a missão sem a estação lunar ser construída,
o foguete pode até chegar na órbita, mas não tem energia suficiente para pousar
na superfície. “Não tem delta V, energia, que seja suficiente para chegar até a
superfície. Para isso precisamos da Gateway e seu módulo de pouso lunar, que
com propulsão solar e elétrica vão espalhando ativos em mais áreas da Lua do
que nunca. Queremos ter acesso a qualquer parte da Lua a qualquer hora, e o
Gateway e seu módulo lunar nos darão isso”, ressalta.
Por quê
mulheres?
A escolha da tripulação feminina teve um motivo
científico. Nos testes e treinamentos foi constatado que o consumo de comida
entre as três mulheres era menor que a de três homens. Eles precisam de 3.600
calorias por dia, já as mulheres apenas 1.400.
No entanto, as mulheres vêm conquistando cada vez mais
espaço na Nasa, atualmente elas representam 15% nos cargos de diretoria na
instituição. Pela primeira vez, o chamado centro nervoso da Nasa, onde é monitorado
os vôos e missões espaciais, é comandado por uma mulher.
O administrador chefe da Nasa disse ainda que ir para a
Lua é apenas parte de um projeto maior, que é lançar a primeira missão de ida
para Marte em 2030. “O que estamos tentando fazer é usar a Lua como escada para
desenvolver e ter o máximo de tecnologias e sistemas que podem ser aplicadas na
viagem a Marte”.
Kate Greene que passou quatro meses confinada em uma
réplica de módulo espacial, em 2013, observa que escalar mulheres pode poupar tempo,
peso e espaço nas viagens espaciais. “Uma viagem de ida e volta para Marte
levaria em médias três anos. Carregar menos comida representa uma economia
enorme de peso e volume. Se for só pelo metabolismo, faria mais sentido levar
uma tripulação feminina para o Marte”, concluiu.