Banco Central reduz taxa Selic para 6% ao ano
O Comitê de Política Monetária cortou 0,5 ponto percentual e o índice já registra o menor nível histórico.
Nielton Soares
O Banco Central (BC) reduziu, nesta quarta-feira (31), a taxa Selic para 6% ao ano. É a primeira vez em um ano e quatro meses que houve diminuição do índice. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que cortou 0,5 ponto percentual. A medida surpreendeu até os analistas financeiros, que esperavam corte de 0,25 ponto.
A última redução da taxa Selic foi em março de 2018, quando chegou a 6,5% ao ano. Agora este corte é considerado o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. Por comunicado, o Copom afirmou que são necessários os avanços nas reformas estruturais da economia brasileira para que os juros permaneçam em níveis baixos por longo tempo. E, o BC indicou que novas reduções poderão ocorrer nos próximos meses. A próxima reunião do Comitê está marcada para 18 e 19 de setembro.
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o indicador fechou em 3,37% no acumulado de 12 meses. Depois de vários meses de alta no início do ano, o índice desacelerou nos últimos meses. Para 2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Crédito barato
A redução da Selic estimula a economia, uma vez que juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando se reduz, barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação (Agência Brasil).