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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Série IGTV

Goiana se une a Cleo Pires no combate ao feminicídio

“Onde está Mariana”, série cinematográfica, idealizada pela goiana Caroline Fernandez, tem como temática central o combate ao feminicídio. Foto: Divulgação

Postado em 30 de setembro de 2019 por Aline Carleto
Goiana se une a Cleo Pires no combate ao feminicídio
"Onde está Mariana"

Aline Bouhid

Amanhã (1º) vai estrear no Instagram, no Cleo On Demand, a série “Onde está Mariana”. Idealizada pela goiana Caroline Fernandez, tem como temática central o combate ao feminicídio. Os cinco episódios serão veiculados na rede social da atriz e cantora Cleo Pires, que é diretora executiva do projeto. Caroline Fernandez nasceu em Ceres e a série será a estreia da atriz em filme. Ela desenvolveu o projeto em parceria com o sócio da Uno Criativo e diretor artístico da plataforma On Demand, Diego Timbó, e com a atriz  Tamiha. “Apresentamos a proposta para a Cléo Pires, que imediatamente abraçou a proposta dada a relevância dessa temática. A mulher precisa ter a liberdade de fazer suas escolhas”, disse.

Caroline interpreta Paula, uma homosexual de classe média, bem resolvida em suas escolhas, que inicia um relacionamento afetivo com Mariana, personagem principal da série, que será interpretada pela MC Rebecca. “A trama gira em torno do sumiço de Mariana, que é uma bissexual que tinha conflitos com a família e consigo mesma por conta da sua descoberta sexual”, explica Caroline ao falar que, durante os episódios, várias situações de abusos e agressões contra a mulher serão discutidos. 

Outros nomes como Valesca Popozuda, que interpreta uma mulher que sofre violência do companheiro; a rapper King, que viverá a irmã da protagonista; Vilma Melo,  que recebeu o Prêmio Shell de Teatro, será a mãe de Mariana. O roteiro é assinado por Beatriz Rhaddou, Cláudio Simões e colaboração Matheus Chatack. A filmmaker é Jessica Teleze.

A violência contra a mulher

A série colocará em debate os relacionamentos e a forma como a sociedade aborda a violência contra a mulher. Caroline Fernandez destaca que a idéia central foi levantada por que os dados de violência contra a mulher são alarmantes. De acordo com o levantamento de 2016 do  Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio. O país só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres. Em comparação com países desenvolvidos, aqui se mata 48 vezes mais mulheres que o Reino Unido, 24 vezes mais que a Dinamarca e 16 vezes mais que o Japão ou Escócia.

Em Goiás, o número de feminicídio cresceu 22,58%, em 2018, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás. No período, o número de casos de violência doméstica contra a mulher no Estado, segundo Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aumentou em 17%, em relação ao ano anterior.

Disruptura 

Totalmente independente, “Onde está Mariana?” ´promete inovar a cena nacional cinematográfica graças a adesão ao perfil de agregar causa à produção cultural. “Nós queremos agregar um propósito à dramaturgia, fazer um alerta social a assuntos que merecem maior atenção e necessita de políticas públicas”, explicou Caroline ao destacar que a série só foi viabilizada graças ao perfil empreendedor de toda a equipe. “O ator de hoje não pode se limitar a interpretar, ele tem de desenvolver ideias, produzir, atuar e buscar maneiras de viabilizar o projeto. E foi isso que fizemos”, conta. 

Natural de Ceres, Goiás, há 180 quilômetros da capital Goiânia, Caroline Fernandez tem o teatro na sua vida desde 2002, quando começou a atuar em peças regionais. Formada em Administração de Empresas, abandonou a carreira corporativa para se dedicar a sua vocação em 2018, quando mudou-se para o Rio de Janeiro para investir em formação.  Atualmente estuda técnicas embasadas em ensinamentos de Lee Strasberg, Uta Hagen, Bob Lewis, Meisner e Ivana Chubbuck, que são referências mundiais em interpretação.  Em 2020, ela gravará seu primeiro longa-metragem.

* Com informações de Assessoria

 

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