Campanha visa conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama
A ação começa hoje (1º), e segue por todo o mês,sendo uma mobilização mundial que estimula o compartilhamento de informações sobre o assunto – Foto: Divulgação
Elysia Cardoso
“Precisamos
de mais campanhas contra o racismo, a misoginia e a xenofobia”, é
assim que a feminista Yordanna
Lara enxerga o futuro da Campanha ‘Outubro Rosa’. O movimento
foi criado para conscientizar a
sociedade, e principalmente as mulheres sobre as medidas de detecção precoce do
câncer de mama. A ação começa hoje (1º), e segue por todo o mês,sendo uma mobilização
mundial que estimula o compartilhamento de informações sobre o assunto.
Durante o mês, várias instituições abordam o
tema na tentativa de conter o índice de mortalidade que essa doença acarreta.
Segundo dados, fornecidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018. O câncer de mama é o mais
recorrente em mulheres, representando 24,2% do total de casos de câncer
femininos no mundo. Com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos naquele ano,
é a quinta causa de morte por câncer em geral.
Antigamente,
muitos associavam o autoexame como uma das principais formas de detectar o
câncer em seu estágio precoce. Porém quando o tumor consegue ser apalpado, já
não está mais em seu estágio inicial diminuindo as chances de cura. O exame das
mamas realizado pela própria mulher, está relacionado ao conhecimento do
próprio corpo. Com isso, a mamografia ainda é considerado um dos principais exames
periódico preventivo e indispensável para a mulher.
O protagonismo do movimento, é considerado em
escala mundial uma pauta que além de fornecer informação, também luta para que
as mulheres que são portadoras da doença tenham seus direitos assegurados. O
movimento feminista, é um grande aliado da causa. Segundo a Yordanna Lara,
simpatizante, a ação continua lutando para que os direitos sejam assegurados.
Direitos estes que são essenciais para o tratamento da mulher, como o tratamento
gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Nas microesferas temos
muitas feministas que são profissionais e atuam nessas áreas específicas e
coletivos que se organizam exatamente para lidar com esses recortes.
Yordanna
comenta que a ideologia da luta, na maioria das vezes, pode incentivar o
tratamento. “A maioria das ações realizadas em prol das mulheres com cancêr de
mama, está em ações e gestão das políticas públicas. O que é uma vitória, mesmo
ainda sendo muito abaixo do necessário para que seja alcançada. A saúde de
todas nós depende, antes de mais nada, depende de mais campanhas e tratamentos
intensivos no combate do racismo, da misoginia, da xenofobia, do classicismo,
cânceres da nossa sociedade”. Afirma a feminista.
De
forma geral é muito importante que a mensagem do ‘Outubro Rosa’ seja levada a
população da forma mais honesta o possível. De acordo com a influenciadora
digital, Aline Rayane, as redes sociais agregam força ao movimento. Porém é
sempre importante se atentar sobre a veracidade das informações. “A divulgação
do assunto se torna mais fácil pelo fato de que atualmente grande parte da
população tem acesso a alguma rede social. Sendo assim, o assunto alcança mais
pessoas e conscientiza mais mulheres sobre a importância da prevenção. Porém,
por ser mais fácil o debate, muitas pessoas repassam informações sem buscar a verdade
do assunto. Então, é sempre bom lembrarmos de antes de compartilhar algo, devemos
buscar informações sobre o assunto. Assim a plataforma auxilia”, orienta a influencer.
Aline também comenta sobre o interesse em
tratar o assunto com seus seguidores “Por se tratar de uma doença silenciosa,
quanto mais pessoas/mulheres estiverem conscientes melhor. É importante que
nós, mulheres, fiquemos muito atentas aos sinais que o corpo dá e aos que não
dá, para que possamos ter a chance de nos prevenir ou até mesmo de ter um
tratamento eficaz.
Câncer de mama
azul
O câncer de mama é o mais comum entre as
mulheres no mundo e no Brasil, mas
também atinge os homens. O câncer masculino representa apenas 1% do
total dos casos, segundo a OMS. Os dados do Sistema de Informações de
mortalidade (SIM), em 2017, afirmam que o número de mortes recorrente do câncer
de mama foi de 203 homens. Segundo a
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Goiás (SBM-GO),
Rosemar Macedo, é necessário que essa pauta ganhe mais espaço em campanhas de
prevenção ao câncer de mama. “A inserção da discussão sobre câncer de mama
masculina é importante porém como nós temos uma frequência muito maior na
população feminina, chama-se mais atenção pras mulheres mas com certeza o homem
também deve ser alertado que ele também pode ter um câncer de mama.” Informa a
mastologista.
Entrevista Ping Pong com Mastologista
Rosemar Macedo
O que é o câncer de mama e como a doença se
desenvolve?
O câncer de mama é o tipo de câncer
mais comum entre as mulheres depois do câncer de pele, começa a aumentar a sua
frequência após os quarenta anos de idade e ele se desenvolve devido a uma
pérola do tecido mamário que começa a ter um comportamento anormal gerando outras células. Então
consequentemente levando a formação do tumor.
Como
prevenir, além do autoexame? Qual profissional deve ser procurado inicialmente?
A prevenção é feita através de
todas as estratégias que melhoram a qualidade de vida ou seja uma alimentação
saudável com baixa ingestão de gorduras de origem animal, baixa ingestão de
bebidas alcoólicas, a prática de atividade física que reduz até 23% a
frequência do câncer de mama. Isso é uma forma da gente prevenir ou seja, evitar que a doença aconteça. Agora como que
nós podemos diagnosticar a doença numa fase inicial? O autoexame nem sempre
consegue fazer isso e a estratégia melhor é a mamografia que é o exame que
permite que nós possamos descobrir a doença numa fase inicial com uma taxa de
durabilidade extremamente elevada. Podendo assim usar estratégias de tratamento
menos agressivas, por exemplo no casos iniciais a necessidade da utilização da
quimioterapia.
Com relação ao tratamento, quais os avanços e
que benefícios eles apresentam com relação às perspectivas de cura e qualidade
de vida das pacientes?
Hoje nós conseguimos tratar a
doença de uma forma muito mais específica ou seja, a gente consegue definir
melhor o tipo da lesão e tratar com drogas mais direcionadas. Nós conhecemos a
lesão melhor de uma forma detalhada e assim o tratamento passa a ser
individualizado e direcionado para determinados tipos de tumor. Fazendo com que
o tratamento seja mais efetivo e muitas vezes com redução de efeito colateral.
(Elysia Cardoso é estagiária do jornal
O Hoje, sob orientação do editor Lucas
de Godoi)