Uma em cada 12 mulheres pode ter câncer de mama
Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama – Foto: Divulgação
Daniell Alves
Uma em cada 12 mulheres pode ser diagnostica com câncer de mama no Brasil. O país deve somar aproximadamente 60 mil novos casos de câncer de mama neste ano, estima o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número corresponde a 28% de todos os diagnósticos da doença registrados no país. Em comemoração ao Outubro Rosa, órgãos do Estado de Goiás realizam campanhas para conscientização e prevenção da doença neste mês.
A Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG) e o Hospital de Câncer Araújo Jorge lançam amanhã (4) a campanha “Outubro Rosa 2019” com a mensagem “Lute contra o câncer de mama” para incentivar mulheres a praticarem o autoexame em busca de alterações perceptíveis nos membros. A iniciativa é para conscientizar as pessoas sobre o diagnóstico precoce da doença que pode amenizar de agravamento.
Também será feito, no dia 24 de outubro, um mutirão de cirurgias plásticas com dez mulheres que passaram pela mastectomia, a retirada total ou parcial das mamas. “Uma mulher informada pode trabalhar melhor a prevenção e a superação do câncer de mama, com ações como o autoexame e a mamografia”, destaca a Associação nas redes sociais.
As ações do mês contra o câncer vão contar com testemunhos de ex-pacientes, como o de Enid do Socorro Martins, atual colaboradora do Araújo Jorge. Ela irá falar de sua história, desde o diagnóstico até o tratamento. As nutricionistas Larissa Vaz Gonçalves e Neusa Dias de Moura do hospital falarão sobre a alimentação como componente na proteção contra o câncer e apresentarão um e-book com dicas de nutrição.
No decorrer deste mês as unidades mantidas pela ACCG, Hospital de Câncer Araújo Jorge e Unidade Oncológica de Anápolis, promoverão várias atividades voltadas para pacientes, acompanhantes e colaboradoras internas.
Mamografia pode identificar lesões
A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada pelo Ministério da Saúde (MS) na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios.
Conforme explica o MS, a mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. “Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames”, explica.
Atualmente, não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer. “Grandes estudos sobre o tema demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática”, informa o Ministério. Por outro lado, reconhece que a postura atenta das mulheres no conhecimento do seu corpo permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Alguns fatores de risco
O Ministério da Saúde (MS) aponta os principais fatores de risco comportamentais relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama: excesso de peso corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas. “Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama”, alerta o MS.
Primeira causa de morte entre mulheres
Segundo o Inca, a taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 13,22 óbitos a cada 100 mil mulheres em 2017. As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as maiores taxas, com 14,14 e 14,10 óbitos de mulheres em 2017, respectivamente. Estes dados reforçam a necessidade de discutir e promover conhecimento sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
(Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)