Frota será o primeiro a depor na CPI mista das Fake News
Amanhã (30), a partir das 13h, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) vai depor na CPI mista das Fake News. Foto: Agência Câmara
Aline Bouhid
Amanhã (30), a partir das 13h, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) vai depor na CPI mista das Fake News. O depoimento do ex-aliado e adversário declarado do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve causar barulho no Congresso, especialmente se ele conseguir comprovar o envolvimento da família do presidente com as milícias digitais. Frota foi expulso do PSL após fazer duras críticas ao governo e a Bolsonaro. Até agora apenas técnicos e especialistas foram ouvidos pelo colegiado.
Ele será o primeiro da lista de ex-aliados do presidente que devem falar à CPI. A ex-líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP) e o ex-líder do PSL na Câmara Delegado Waldir (GO), além do ex-ministro da Secretaria de Governo General Santos Cruz, também foram convidados a depor. A CPI investiga, entre outras coisas, o uso de notícias falsas e campanhas difamatórias nas redes sociais nas eleições de 2018.
Para o presidente da CPI mista, a presença de ex-aliados de Bolsonaro, como Frota, Joice e Waldir dão novo combustível às investigações da CPI. “Não deixa de criar uma expectativa a comprovação dessas denúncias feitas pela Joice, pelo Alexandre Frota e pelo Delegado Waldir, um combustível a mais para se investigar. Principalmente porque são denúncias feitas por quem militou ao lado do presidente”, disse Ângelo Coronel ao Congresso em Foco. Diferentemente de uma convocação, eles não são obrigados a comparecer.
Recentemente, Joice acusou os irmãos Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, de chefiarem uma rede 1,5 mil perfis falsos nas redes sociais para disseminar notícias inverídicas e difamar inclusive aliados do governo, como ela. A CPI ainda vai analisar pedido de convocação de Carlos Bolsonaro, o vereador carioca é responsável pelas redes sociais do pai. Na última semana, a comissão decidiu convocar auxiliares do presidente, como o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o assessor especial da Presidência Felipe Martins, além de integrantes do chamado “gabinete do ódio”.
O termo é usado internamente no governo para se referir aos assessores do Planalto Tércio Arnaud Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, ligados a Carlos Bolsonaro. Entre as funções que o grupo exerce no governo está a atualização das redes sociais do Palácio do Planalto.
* Com informações do Congresso em Foco