Trabalho em conjunto determina êxito em operação de enfrentamento de crise hídrica
Foram 21 mil ações em 89 dias de fiscalização intensiva na bacia do rio, segundo balanço apresentado Semad| Foto: Divulgação
Eduardo Marques*
A titular da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, apresentou à imprensa na manhã desta terça-feira (12) no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia, o balanço final da Operação de Enfrentamento da Crise Hídrica do Meia Ponte. Foram 21 mil ações em 89 dias de fiscalização intensiva e controle na Bacia do Meio Ponte. O cadastro de usuários não outorgados superou a marca de 600.
Vulcanis atribuiu o sucesso da operação ao trabalho conjunto entre diversos profissionais para que o Estado enfrentasse um cenário de dificuldades. “Começamos as ações em janeiro, já prevendo que teríamos um ano atípico. O trabalho dos profissionais envolvidos foi crucial para o enfrentamento da ameaça de racionamento”, afirma. “A colaboração dos produtores rurais também foi de extrema importância para mantermos a Bacia do Meia Ponte em um nível que garantisse o abastecimento de Goiânia”, explicou.
Os esforços coletivos para combater a ameaça de racionamento de água em Goiânia e região metropolitana envolveram profissionais da Semad, Batalhão Ambiental, Corpo de Bombeiros e produtores rurais da Bacia do Rio Meia Ponte, que aderiram à diminuição na outorga de captação e forneceram barramentos para reequilibrar o nível do rio durante os períodos mais críticos.
Para o ano de 2020, segundo a titular da Semad, o planejamento já começou. “Semana passada já tivemos as primeiras reuniões. Estamos com um projeto de recuperação da bacia bastante avançado, bem como estratégias de curto prazo”, pontuou Vulcanis. A secretária de Meio Ambiente afirmou ainda que a pasta já estuda o cadastramento de barramentos privados na bacia, no total de quase 70, e solicitou à Saneago que promova contratos com os proprietários rurais para verificar a vazão de fundo, a descarga lateral e como será administrado o volume de água armazenado.
Seca histórica
Desde o início, o governador Ronaldo Caiado determinou as ações contínuas e emergenciais para que a vazão do Rio Meia Ponte não ficasse abaixo dos 1.500 litros por segundo, volume crítico para o início do racionamento. Com o início do período chuvoso, no mês de outubro, a vazão voltou a ficar acima dos 3.500 l/s, dentro do nível crítico 2. No entanto, as chuvas não tiveram a estabilidade esperada, o que mantém a Semad em alerta máximo neste mês de novembro. Com um maior volume de precipitações, é esperado que o Meia Ponte consolide uma vazão acima do nível crítico 1, estabelecido para a partir de 4.300 l/s.
Durante o balanço, o presidente da Saneago afirmou que a estatal vai investir em melhorias no sistema de abastecimento já para 2020. Segundo Ricardo Soavinski, as obras previstas para distribuição da água do Sistema Mauro Borges estão todas em licitação, ou com contratos já assinados, ou que serão oficializados em poucos dias. Elas vão atender, principalmente, a região sul de Goiânia e Aparecida de Goiânia. “São obras bastante complexas, adutoras de calibre bastante grande e não são simples de construir. Isso, é lógico, leva tempo. Mas vamos fazer estas melhorias e dar garantia que seja do mesmo jeito, ou para melhor”, planejou.
*Com informações da Secretaria de Comunicação do Governo de Goiás