Novo ministro da Saúde defende isolamento inteligente no combate da Covid-19
Nelson Teich já havia dito ser contra a maneira com que o as políticas públicas de controle da pandemia no Brasil foram conduzidas até o momento- Foto: Reprodução/TV Brasil
Juliana Gomes
O ministro da Saúde, Nelson Teich, apresentado durante pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao que tudo indica, deve ter uma postura diferente na luta contra o Coronavírus, pois, já havia dito ser contra a maneira com que o as políticas públicas de controle da pandemia no Brasil foram conduzidas até o momento. Tendo em vista que para Bolsonaro, saúde e economia devem caminhar juntas.
A favor do isolamento inteligente, Teich agradeceu a oportunidade e falou sobre os rumos do enfrentamento da pandemia. “Informação é fundamental para entender o que está acontecendo para decidir as políticas necessárias para serem seguidas, decidir os caminhos. Tudo será tratado de forma técnica e científica.
Discutir saúde e economia é muito ruim. Quando a gente fala emprego, ele é necessário. A gente tem que entender mais da doença, e assim, planejar o futuro e sair da política do distanciamento e isolamento para que a vida volte ao normal.”
A demissão
A demissão do Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde veio após divergências de posicionamento em relação ao combate da pandemia do Covid-19. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (16), pelo próprio Presidente, logo após reunião com o agora, ex-Ministro da Saúde no Palácio do Planalto.
Há alguns dias Mandetta já havia sinalizado que haveria a demissão e, chegou a publicar que ficaria até que fosse encontrado um substituto para o cargo.
Em um post de despedida em uma rede social o ex-Ministro fez um agradecimento. “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso de minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros.”
Mandetta, concedeu uma coletiva para prestar agradecimentos e em tom de despedida, parabenizou os integrantes da equipe. Disse que sem política não se faz um ministério, ressaltou os conselhos e a luta de cada um. “Agradeço muito a maneira com que vocês colaboraram com aquele ministério. Fica um grande legado. Eu poderia aqui citar vários outros, mas eu quero cumprimentar a todos do ministério da saúde, terceirizados, enfim. Muitos entraram comigo, mas a maioria eu conheci desempenhados as funções no ministério da saúde, não posso medir o tamanho do meu agradecimento. Saio com uma experiência fantástica”.
Mandetta expressou a gratidão e ainda se colocou à disposição para ajudar no que for necessário. “ Deixo o Ministério com muita gratidão, por ter me nomeado e permitido que eu nomeasse cada um da minha equipe, eu sei o que eu deixo e, essa, é a melhor equipe. Ajudem, não meçam esforços para que eles tenham o melhor espaço possível para trabalhar. A ciência é a luz, é através dela que nós vamos sair dessa. Não deixem de me ligar quando acharem que eu posso ser útil.”
Divórcio consensual
O anúncio oficial foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento em um tom moderado. “Um divórcio consensual, pois acima de mim, como presidente, e ele, como ministro, está a saúde do povo brasileiro. A questão do corona se abate sobre todo o mundo e cada país tem suas especificidades. Quando se fala em saúde, fala-se em vida e, não se pode deixar de falar em emprego, pois o desempregado está mais propenso a sofre problemas de saúde do que os que estão empregados. Desde o começo, busquei levar uma mensagem de tranquilidade, mas um clima de quase terror se instalou na sociedade, e isso não é bom.” Afirma.
Bolsonaro criticou a forma com que o desemprego foi tratado. “É direito do ministro defender seu ponto de vista como médico, mas a questão do emprego, não foi tratada da forma que deveria. Como médico, Mandetta fez o que achava que devia ser feito. Junto com o vírus veio uma máquina de moer empregos, e as pessoas humildes, mais afetadas, não podem ficar em casa por muito tempo, sem buscar seu alimento. A vida não tem preço, mas a economia, o emprego tem que voltar ao normal.” Finaliza.