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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Pobreza

Em julho, 4,4 milhões de lares sobreviveram só com auxílio emergencial

Efeito da pandemia do novo Coronavírus continua mais severo entre os idosos, aponta IBGE | Foto: Reprodução/Internet.

Postado em 27 de agosto de 2020 por Nielton Soares
Em julho
Efeito da pandemia do novo Coronavírus continua mais severo entre os idosos

Cerca de 4,4 milhões (6,5%) de
domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio
emergencial pago pelo governo federal para enfrentar os efeitos econômicos da
pandemia de covid-19. Entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram
124% do que seriam com as rendas habituais, aponta estudo publicado nesta quinta-feira
(27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A ajuda financeira também foi
suficiente para superar em 16% a perda da massa salarial entre as pessoas que
permaneceram ocupadas, segundo a análise que usa como base os microdados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

“Pela primeira vez, desde o
início da pandemia, o auxílio emergencial compensa em média mais que a
diferença entre a renda efetiva e a habitual. Ou seja, entre os que
permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é maior do que seria
habitualmente”, disse, em nota, o economista Sandro Sacchet, autor da pesquisa
intitulada “Os efeitos da pandemia sobre os rendimentos do trabalho e o impacto
do auxílio emergencial: os resultados dos microdados da PNAD Covid-19 de
julho.”

Segundo o estudo, em geral, os
trabalhadores receberam em julho 87% dos rendimentos habituais (4 pontos
percentuais acima do mês anterior) – R$ 2.070 em média, contra uma renda
habitual de R$ 2.377. A recuperação foi maior entre os trabalhadores por conta
própria que receberam em julho 72% do que normalmente recebiam, contra 63% em
junho, alcançando rendimentos efetivos médios de R$ 1.376.

Já os trabalhadores do setor
privado sem carteira assinada receberam em julho 85% do habitual (contra 79% no
mês anterior). Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários
públicos continuaram a obter, em média, mais de 90% do rendimento habitual.

De acordo com o levantamento, a
redução da diferença entre a renda efetiva e a habitual foi generalizada pelas
regiões do país. No Nordeste, a renda efetiva subiu de 81,3% do habitual em
junho para 86,7% em julho, enquanto o Centro-Oeste continua a região menos
impactada (89,7%).

Conforme o estudo, o efeito da
pandemia continua mais severo entre os idosos (83,5%) e menor entre os mais
jovens (88,6%), e o impacto na renda foi menor entre aqueles com ensino médio
ou superior (85,7% para trabalhadores com médio completo e 89,4% para aqueles
com ensino superior). (Agência Brasil)

 

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