Jordana Ayres

Nos últimos anos a internet vem propiciando algumas mudanças dentro da sociedade, seja na vida pessoal ou na profissional. Todos os tipos de informações estão nas palmas das mãos, mais precisamente dentro dos queridos e desejados smartphones, considerados para muitos como um item essencial, afinal é cada vez mais difícil encontrar pessoas que não passam boa parte do dia utilizando os inúmeros recursos oferecidos por esse aparelho, como por exemplo, as famosas redes sociais Instagram, Facebook, TikTok e Youtube.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2020 pela Global Digital Overview feita pelo site We are Social, mais de 4,5 bilhões de pessoas já usam internet e dessas, 3,8 bilhões estão presentes nas redes sociais. Toda essa abrangência fez com o que elas se tornassem uma forte tendência capaz de mudar opiniões, estilos e comportamentos, criando uma das profissões mais bem pagas do momento. Os profissionais são comumente conhecidos como digitais influencers, blogueiros ou criadores de conteúdo.

Essas pessoas possuem perfis bastante famosos nas redes e estabeleceram altos níveis de credibilidade e confiança a um grande público, sabendo dialogar sobre vários assuntos, como moda, beleza, religião, humor, jogos, sexualidade, enfim, um leque bastante diversificado. Em Goiás existem vários casos de sucesso que começaram aqui no Estado e expandiram pelo Brasil afora.

Um bom exemplo disso é a empresária, modelo, digital influencer, missionária, youtuber, apresentadora e ex- BBB Rafaella Freitas de Castro Mathaus, comumente conhecida como Rafa Kalimann. Ela conta com quase 20 milhões de seguidores no Instagram conquistados ao longo de sua carreira que teve o maior salto durante sua participação no Big Brother Brasil em 2020, onde foi vice-campeã. Naturalmente mineira, Rafa mora em Goiânia há seis anos e já recebeu um título de cidadã goianiense dado pela Assembleia Legislativa de Goiás. Devido a correria, ela também tem casas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A digital influencer é responsável por gerar admiração em todos que a acompanham nas redes sociais, principalmente no Instagram, onde mostra tudo o que faz, tentando fazer com os seguidores se tornem parte de sua vida. A goiana Ana Paula Andrade, de 22 anos, acompanha Rafa desde 2013 e diz que já foi influenciada pela modelo para além de questões comerciais. “Eu comecei a acompanhá-la por conta de uma missão que ela fez na África. O primeiro que me atraiu foi a beleza dela, mas depois eu me encantei pelo o que ela fazia, a luz dela era um diferencial. Ela me influenciou a fazer o bem, a espalhar a luz. Cheguei a fazer uma ação voluntária em 2016 porque eu a via fazendo também”, conta.

Camilla Pudim, também goiana e influenciadora de 23 anos, possui 1 milhão e meio de seguidores no Instagram com uma rotina bastante agitada. Ela começou a carreira no Youtube e começou a ganhar dinheiro como youtuber em 2016. “Eu fazia faculdade de arquitetura e na época não tinha muito tempo para produzir conteúdos para outras plataformas. Consegui me dedicar mais no Instagram a partir de 2019 e as coisas foram acontecendo com o tempo, de acordo com as postagens e conteúdos fomos crescendo e monetizando. O meu público é bem dissipado pelo Brasil e tem muita gente de fora também; São Paulo e Goiás são o meu maior público aqui no país.”

Camilla tem uma rotina agitada, trabalha de segunda a sexta o dia todo, sem hora para acabar. Apesar do cansaço, ela disse que se sente alegre e lisonjeada por poder estar de alguma forma na rotina dos seguidores de forma leve e descontraída, levando humor e alegria. “Eu não tenho problema em ficar até tarde, até porque as produções demoram cerca de 8 a 10 horas e às vezes, podemos fazer até duas produções por dia. A pessoa pode estar triste e ficar alegre quando vê os vídeos, eu fico muito feliz de poder contribuir e também de influenciar. A gente sempre procura influenciar o público de forma positiva, não só com os meus vídeos, mas também com a minha rotina.”

E para aqueles que pensam que só as mulheres estão influenciando milhares de pessoas por aí, precisam conhecer Wendell Lira, ex-jogador de futebol, ganhador do prêmio Puskas como gol mais bonito do ano. Atualmente ele trabalha como gamer, jogando fifa digital. Para ele, as principais diferenças entre o futebol real para o virtual é a mudança de público. “Nós temos fãs, pessoas que realmente gostam do nosso trabalho, que querem consumir os nossos produtos, saber o que usamos e onde vamos. São carreiras parecidas por se tratar de jogadores de futebol, mas com um público totalmente diferente”, conta.

 O gamer possui um público de faixa etária entre 14 e 35 anos e alegou que sofreu no início porque não tinha a dimensão da importância da atual profissão e do quanto as pessoas levavam a sério aquilo que ele postava nas redes e finaliza com um recado importante. “Antes de mais nada, procure fazer o que você sente paixão, o que você faz com amor e as demais coisas vão acontecendo naturalmente.”