Desaposentadoria de Iris facilita a reeleição para Caiado em 2022
Se resolver voltar para a política, o cacique emedebista alinha o partido com a base do governador e resolve eventuais dificuldades com Daniel Vilela | Foto: Reprodução
O suspense sempre fez parte da vida política de Iris Rezende. Suas candidaturas são tradicionalmente precedidas por um vai-não-vai que só é resolvido na última hora, o que possivelmente pode ser explicado como uma a repetição de uma jogadinha manjada para garantir um espaço a mais na cobertura da mídia.
É aquela estória: pode ser, pode não ser, o futuro só Deus conhece, a manifestação popular é o mais importante e assim por diante em todas as vezes que Iris foi candidato. Em 2020, por exemplo, quando decidiu não tentar a reeleição na chamada undécima hora. E agora, mais uma vez, embora em um formato um pouco diferente, com relação ao hipotético lançamento do seu nome para o Senado, na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Como se sabe, Iris se aposentou da política. mas é um fato que não pode ser dado como líquido e definitivo, como tudo que diz respeito ao velho cacique emedebista. De repente, atendendo a um desígnio divino ou a uma convocação da sociedade, ele pode voltar. Ou, na linguagem do INSS, se desaposentar e acabar como protagonista do pleito do ano que vem.
Iris é a companhia que caiado, se dependesse só da sua vontade pessoal, gostaria de levar na busca pela reeleição, na vaga senatorial. Seria uma tacada e tanto, evitando que o MDB insistisse em pendurar Daniel Vilela na chapa (dois de uma mesma sigla não seria conveniente) e afastando o desgaste do veto que fatalmente viria da parte dos prefeitos que ele expulsou do partido por apoiar caiado em 2018, sem falar quer permitiria a escolha de um vice mais próximo e mais afinado com a confiança do titular.
A autoridade moral e o peso histórico de Iris seriam suficientes para acalmar Daniel e seu grupo, dando a ele a chance de atender ao presidente nacional emedebista e seu amigo Baleia Rossi – que o quer puxando a lista de candidatos a deputado federal e colaborando com o desejo do partido de fortalecer a sua bancada na câmara e crescer no protagonismo nacional. De quebra, reforçando também a presença da legenda no Senado (e mantendo o espaço que é hoje do senador Luiz do Carmo, que não tem a menor perspectiva de se reeleger por falta de densidade eleitoral e de perfil majoritário).
ora, dirão alguns, e a idade avançada de Iris, hoje com 87 anos e na época da posse no Senado, em 2023, caso venha a se candidatar e ganhar, com 89? Não é problema. A sua saúde é de ferro, melhor do que muitos com 40 ou 50. Come frugalmente e faz exercícios físicos todo dia. Leva uma vida financeiramente segura e com poucas atribulações no cotidiano, nada além da administração compartilhada com a filha de fazendas enormes, porém bem montadas.
Isso quer dizer que, Iris optando por reentrar no palco, não haveria óbices pessoais. Políticos, talvez. Um deles, conquistar senão a unanimidade, pelo menos a maioria do MDB estadual – até certo ponto controlado por Daniel Vilela, muito embora esse, sem o pai Maguito atrás, tenha perdido muito da sua força, por um lado, e tenha se tornado muito mais conciliador e acessível, como tem repetido, quase que arrependido dos gestos autoritários de outrora (e que agora o assombram, como a expulsão impensada dos prefeitos). Menos cabeça dura, na prática.
Por fim, outro aspecto a considerar: o melhor postulante ao Senado, em 2022, de todo e qualquer ponto de vista, é Iris, o único que atende a visão do eleitorado de que a câmara Alta é sob medida para políticos amadurecidos e experimentados. Quando chegar a hora das pesquisas, o ex-prefeito de goiânia vai aparecer fácil, fácil em 1º lugar, o que corresponderá ao chamado do Além e do povo que sem exceção esteve por trás de todas as suas candidaturas. (Especial para O Hoje)