Chapa de Caiado tem 2 vagas disponíveis e 3 pretendentes
Candidatos a vice e ao Senado que vão acompanhar o governador na busca por mais um mandato podem ser indicados pelo MDB, Republicanos ou PSD | Foto: Reprodução
A chapa que o governador Ronaldo Caiado vai apresentar na busca da reeleição tem apenas duas vagas que podem interessar a três pretendentes. Ele vai na cabeça, pelo DEM, postulando mais um mandato para continuar como hóspede do Palácio das Esmeraldas, restando a vice e a senatória, desde já na mira do MDB, Republicanos e PSD – partidos cacifados para nomear quem vai ocupar essas posições e fazer companhia ao governador em 2022.
São legendas que, por motivos diversos, estão bem colocadas para engrossar o capital eleitoral de Caiado, mas, ressalte-se, como coadjuvantes. Nenhuma delas, ironicamente, seria capaz de bancar uma candidatura com alguma chance para a governadoria.
O MDB já esteve melhor situado. O partido vem seguidamente perdendo capilaridade e lideranças. Maguito Vilela morreu e Iris Rezende se aposentou, embora possa voltar atrás e vir novamente a se candidatar, acompanhando Caiado como postulante ao Senado. Mas o afastamento de nomes de peso, como Adib Elias, prefeito de Catalão, e Paulo do Vale, prefeito de Rio Verde, enfraqueceu o emedebismo. Eles foram expulsos por Daniel Vilela, logo após o pleito de 2018, justamente por apoiar a eleição do atual governador, um erro que agora está cobrando um preço elevado.
Pelo sim, pelo não, o MDB tem Daniel Vilela como cotado para figurar na chapa da reeleiçãoa ser encabeçada pelo DEM. Individualmente, ele é hoje o nome mais forte para a posição de vice, pelo recall que carrega por ter disputado o governo em 2018 e pelo fato de que seria um ex-adversário se rendendo à excelência de Caiado e aos seus conhecidos méritos pessoais e aos resultados da gestão. Em termos de marketing eleitoral, nada mais positivo.
Abrindo parênteses: Daniel Vilela como vice só seria possível sem Iris como candidato a senador. A boa estratégia não recomenda a entrega a dois membros do mesmo partido a maior parte de uma chapa majoritária, deixando outras siglas a ver navios e até mesmo as empurrando para aventuras alternativas, no final das contas com efeitos imprevisíveis.
Há ainda outros complicadores, um deles, o atual vice Lincoln Tejota, que tem se esforçado para mostrar lealdade em seu mais alto grau a Caiado, apesar da pouca densidade política e também de representar um partido sem expressão em Goiás, o Cidadania. Não é simples afastar Tejota. E ainda contornar o provável veto que os prefeitos expulsos do MDB com certeza apresentarão, ainda mais quando imaginam riscos diante da expectativa de poder que Daniel Vilela, como vice, institucionalmente passaria a ter.
Já o Republicanos e o PSD correm em uma raia comum: a candidatura senatorial. O primeiro, fortalecido pela conquista da prefeitura de Goiânia, já colocou nas ruas o nome do deputado federal João Campos como aspirante ao Senado. Nesse rumo, sinaliza que pode procurar outras soluções, caso a vaga seja negada na chapa de Caiado. Esse foi o recado transmitido pela visita do prefeito de Goiânia Rogério Cruz ao ex-governador Marconi Perillo, em sua chácara de Pirenópolis, nesta semana.
O PSD tem um trunfo inestimável para disputar o Senado: o ex-ministro e atual secretário da Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles, que já foi deputado federal por Goiás (o mais votado na época) e tem um currículo extraordinário. Hoje, o presidente estadual do partido Vilmar Rocha negaceia quanto a uma aproximação com Caiado, mas ninguém tem dúvidas de que, no momento certo, ou ele adere ao movimento do senador Vanderlan Cardoso e do deputado Francisco Jr para compor com o DEM ou será defenestrado, mesmo confiando na amizade pessoal com o presidente nacional Gilberto Kassab.É entre essas alternativas que Caiado, logo no 1º semestre do ano que vem, terá que decidir.