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domingo, 24 de novembro de 2024
CPI

Pazuello diz que informou Bolsonaro sobre negociações com a Pfizer

Ex-ministro revelou que contatos com a empresa começaram em maio de 2020, mas contrato só foi fechado em março de 2021.

Postado em 19 de maio de 2021 por Redação
Pazuello diz que informou Bolsonaro sobre negociações com a Pfizer
Ex-ministro revelou que contatos com a empresa começaram em maio de 2020

Durante depoimento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (19/05), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que informou o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), “o tempo todo”, sobre as negociações com a Pfizer.

“O presidente da República era informado o tempo todo sobre as minhas conduções. Todas elas, não só da Pfizer. Quando eu ia despachar com ele. Durante todo o processo eu despachava com o presidente periodicamente e, nessas conversas, eu falava como estavam as negociações, inclusive com a Pfizer. Ele foi informado por mim, em todo o processo, que começou em julho [de 2020] até março [de 2021], quando contratamos a Pfizer”, afirmou Pazuello.

Pazuello disse que o governo não aceitou as ofertas da farmacêutica em 2020 porque considerou o preço das doses caros em relação a outras negociações que estavam sendo realizadas. O ex-ministro detalhou, também, o contrato oferecido pela farmacêutica e disse que cláusulas não agradavam o governo federal. “A Pfizer trouxe 10 dólares a dose, e estávamos negociando 3,75 dólares [com outros laboratórios]. Era três vezes mais caro. Uma vacina três vezes mais cara, com todas essas cláusulas e com quantitativos que eram, a meu ver, muito inferiores”, explicou.

Carta

Na última quinta-feira (13), o executivo da Pfizer, Carlos Murillo, revelou a CPI que a farmacêutica fez seis ofertas ao governo federal, sendo, a maior delas, a que previa 70 milhões de doses, que não foi respondida pelo governo.

“Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, afirmou executivo.

O governo só fechou contrato com a empresa em 19 março de 2021, ápice da pandemia no país. As primeiras doses do imunizante fabricados pela Pfizer só começaram a chegar ao país no fim de abril.

Segundo Murillo, a empresa ofereceu, em agosto, três propostas para o governo. Todas elas ficaram sem resposta. Estas ofertas previam um contrato de 30 ou 70 milhões de doses da vacina.

1ª proposta, feita em 14 de agosto de 2020

  • 500 mil doses ainda em 2020
  • 1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021
  • 5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021
  • 33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021
  • 30 milhões de doses no 4º trimestre de 2021

2ª proposta, feita em 18 de agosto de 2020

  • 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
  • 1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021
  • 5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021
  • 33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021.
  • 29 milhões de doses no 4º trimestre de 2021

3ª proposta, feita em 26 de agosto de 2020

  • 1,5 milhão de doses para 2020
  • 3 milhões de doses para o 1º trimestre de 2021
  • 14 milhões de doses para o 2º trimestre de 2021
  • 26,5 milhões de doses para o 3º trimestre de 2021
  • 25 milhões de doses para o 4º trimestre de 2021

Em todas as ofertas, o preço estabelecido pela empresa foi de US$ 10 por dose.

No depoimento, Carlos Murillo afirmou, também, que a empresa voltou a fazer propostas ao governo em novembro, que também não foram aceitas pelo governo.

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