Deputado bolsonarista divulga “vídeo bombástico” para provar que sistema do TSE é “vulnerável”
Em vídeo, hacker conta como seria possível “manipular” o site do Tribunal Superior Eleitoral. Órgão já reforçou em nota sobre a segurança de seus sistemas
Com informações confusas, um vídeo foi divulgado na internet, nesta sexta-feira (17/07), tentando “provar” a ineficácia do atual sistema de voto brasileiro, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio das urnas eletrônicas. No vídeo, o hacker Marcos Roberto Correia da Silva, de 24 anos, preso em Uberlândia neste ano, suspeito do maior vazamento de dados do Brasil, diz que seria fácil fraudar as eleições.
Apesar de mostrar Marcos, o vídeo é produzido e divulgado pelo deputado federal bolsonarista, Filipe Barros (PSL-PR). É Barros quem entrevista Marcos e faz as perguntas sobre as “diversas” formas de invadir o “sistema do TSE”. É desconexo, mas em partes do vídeo Marcos diz que é possível roubar dados dos eleitores brasileiros de uma maneira “razoavelmente simples”, por falhas presentes no sistema.
Confira o vídeo na íntegra:
O deputado conseguiu entrevistar o detento com base na autorização da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. Filipe chegou a agradecer o secretário da pasta, Professor Rogério Greco, na internet. O assunto também esta entre os mais comentados do Twitter neste sábado (17/07).
Na última semana porém, o TSE já havia se posicionado para rebater as acusações sem provas, tanto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quanto de seus eleitores, sobre a confiabilidade das eleições. Na ocasião, o órgão “lamentou” o ocorrido e esclareceu 5 pontos sobre a segurança do sistema e da forma de votos. Confira:
1. Desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Nesse sistema, foram eleitos os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Como se constata singelamente, o sistema não só é íntegro como permitiu a alternância no poder.
2. Especificamente, em relação às Eleições de 2014, o PSDB, partido que disputou o segundo turno das eleições presidenciais, realizou auditoria no sistema de votação e reconheceu a legitimidade dos resultados.
3. A presidência do TSE é exercida por Ministros do Supremo Tribunal Federal. De 2014 para cá, o cargo foi ocupado pelos Ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. Todos participaram da organização de eleições. A acusação leviana de fraude no processo eleitoral é ofensiva a todos.
4. O Corregedor-Geral Eleitoral já oficiou ao Presidente da República para que apresente as supostas provas de fraude que teriam ocorrido nas eleições de 2018. Não houve resposta.
5. A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade.