O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 23 de novembro de 2024
2022

Com aliança entre Caiado e Daniel, esquenta a briga pelo Senado

MDB caminha para ficar com a vice na chapa do atual governador, enquanto pelo menos outros quatro partidos disputam a vaga do Senado

Postado em 17 de agosto de 2021 por Marcelo Mariano
Com aliança entre Caiado e Daniel
MDB caminha para ficar com a vice na chapa do atual governador

Se as eleições fossem amanhã, é praticamente certo que o governador Ronaldo Caiado (DEM) buscaria a reeleição com Daniel Vilela (MDB) como vice, mas, na política, as alianças podem mudar do dia para a noite, ou até mesmo do café da manhã para o almoço. 

Não se sabe se Caiado e Daniel chegarão, de fato, como aliados em 2022 – quem disser que sabe, está praticando futurologia. No momento, contudo, falta pouco para os dois anunciarem publicamente a união, que, nos bastidores, já é realidade.

Com isso, as discussões políticas dos próximos meses devem se concentrar na vaga do Senado restante na chapa de Caiado. Atualmente, há pelo menos quatro partidos que a disputam.

Cenários

Ex-ministro das Cidades, Alexandre Baldy (Progressistas) é o que está com as articulações mais avançadas. A saída da Secretaria de Cultura de Adriano Baldy, seu irmão, já está sendo aos poucos superada.

O deputado federal João Campos (Republicanos), que não abre mão de sua candidatura a senador, também está de olho na vaga. Aliás, seu partido, em Goiás, está cada vez mais próximo de Caiado.

Henrique Meirelles, recém-filiado ao PSD, se porta como pré-candidato ao Senado e busca consolidar seu nome em território goiano, apesar de também cogitar voos nacionais. Seu colega de partido, o senador Vanderlan Cardoso promete lealdade a Caiado em 2022.

Por sua vez, o deputado federal Delegado Waldir (PSL), que não esconde de ninguém o desejo de ser senador, ensaia uma reaproximação com o governador a fim de colocar seu nome na corrida pelo espaço na chapa majoritária.

Também vale mencionar o senador Luiz Carlos do Carmo (MDB), ex-suplente de Caiado. Com mandato, é natural que queira a reeleição, mas talvez uma disputa a deputado federal seja mais viável, já que o MDB não ficaria com as duas vagas da chapa majoritária.

Costuma-se dizer que é o governador eleito quem faz o senador. Em Goiás, desde 1982, ano da primeira eleição estadual com voto direto na história recente do Brasil, isso só não foi verdade em 1998, 2014 e 2018.

Em todos os outros anos, os senadores eleitos eram aliados do candidato vitorioso na disputa pelo governo. Mesmo com o desgaste de Caiado na pandemia de Covid-19, especialmente junto aos eleitores da base do presidente Jair Bolsonaro, ele segue como favorito. Por isso, a vaga de senador em sua chapa está tão disputada.

Nacional

As articulações em Goiás passam necessariamente pela esfera nacional. Em outras palavras, por quem Caiado apoiará na eleição para presidente – ou se ficará neutro no primeiro turno.

O recente almoço promovido pelo prefeito de Anápolis, Roberto Naves (Progressistas), um aliado de primeira hora do governador, é prova disso.

No encontro, estiveram presentes, além de Baldy e do próprio Caiado, os principais membros da cúpula nacional do Progressistas, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, dois aliados de Bolsonaro.

O sinal que o Progressistas, e principalmente Baldy, quis passar a Caiado é o de que o partido tem condições de aproximá-lo do governo federal, a principal fonte de recursos financeiros para o governo estadual.

Quem também pensa nessa relação é João Campos, cujo partido, o Republicanos, está no comando do Ministério da Cidadania, além de ter importantes cargos de segundo escalão, como a Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Se Caiado decidir apoiar Bolsonaro já no primeiro turno, Baldy e João Campos, portanto, saem na frente. Porém, segundo fontes ligadas ao governador, ele estaria sendo aconselhado a se manter neutro ou apoiar uma terceira via.

Nesse caso, Henrique Meirelles poderia ser a melhor saída, haja vista que o PSD está em busca da filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), para lançá-lo como candidato da terceira via à Presidência da República.

Já Delegado Waldir, outrora o nome de Bolsonaro em Goiás, não deve ter o mesmo prestígio em 2022. As alianças do PSL a nível nacional ainda estão indefinidas – pode tanto voltar a apoiar o presidente quanto buscar se unir a outros partidos com a terceira via em mente.

2018

Vale lembrar que, em 2018, Caiado foi o único candidato a governador a se manter neutro durante todo o primeiro turno. Só apoiou Bolsonaro no segundo turno contra o PT de Fernando Haddad. E a estratégia deu certo.

Nacionalmente, o Democratas caminhou ao lado de Geraldo Alckmin (PSDB), mas, devido às disputas regionais em Goiás, Caiado não poderia se aliar aos tucanos e também não declarou voto em Álvaro Dias (Podemos), seu ex-colega de Senado.

Resta saber se, em 2022, Bolsonaro lançará um candidato a governador de Goiás para ter palanque próprio ou concentrará sua campanha em Goiás no deputado federal Vitor Hugo (PSL), que deve ser reeleito sem muitas dificuldades.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também