Abate de suínos bate recorde no segundo trimestre
Segundo dados do IBGE, no Brasil foram abatidas 13,04 milhões de cabeças de porcos
Dados da Estatística da Produção Pecuária, divulgados na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que no Brasil foram abatidos 13,04 milhões de cabeças de suínos no segundo trimestre do ano. Segundo o órgão, o resultado foi um recorde na série histórica, iniciada em 1997.
O saldo positivo significou uma elevação de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano passado e aumento em relação ao primeiro trimestre foi de 2,9%. O levantamento também mostra que de abril a junho, o abate de cabeças de frangos atingiu 1,52 bilhão. Esse é o melhor segundo trimestre na série histórica da pesquisa, registrando aumento de 7,8% na comparação com o mesmo período de 2020, porém com recuo de 3% em relação ao primeiro trimestre.
Já o vilão da mesa dos brasileiros, o abate de bovinos registrou de 7,08 milhões de cabeças. Embora seja 7,4% maior que o resultado do primeiro trimestre, é o mais baixo número para um segundo trimestre desde 2011, e 4,4% inferior ao segundo trimestre de 2020.
O gerente da pesquisa, Bernardo Viscardi, frisa que o resultado recorde das exportações de carne suína in natura, com o pico das vendas para o exterior em junho, ajudou a compor esse cenário. “O consumo interno também foi importante, já que o preço da carne do porco é mais acessível do que a de boi”, explicou.
Os dados mostram ainda que o abate de bovinos manteve a tendência que começou em 2020, com a retenção de fêmeas por conta do elevado preço do bezerro. Mesmo com a retração do abate, o volume de carne bovina in natura exportada foi o segundo maior obtido em um segundo trimestre, informa a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex), com recorde para o mês de abril, somando 125,50 mil toneladas.
Para o gerente do IBGE, os números do abate de frangos também foram influenciados pela exportação. Ao atingir o melhor patamar desde o terceiro trimestre de 2018. “Aliado à boa liquidez do mercado doméstico, esse fato contribuiu para elevar os preços da carne e do animal vivo”, explicou.
Outros derivados
Já a aquisição de leite cru alcançou 5,82 bilhões de litros no segundo trimestre, o que representa redução de 1% ante o segundo trimestre de 2020 e queda de 11,4% em comparação ao trimestre imediatamente anterior. Bernardo Viscardi frisa que o setor tem comportamento cíclico e, por causa do período mais seco, os segundos trimestres regularmente apresentam a menor produção anual.
“Nesse ano, a seca foi mais intensa em muitos estados produtores, principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste, o que afeta as pastagens, a alimentação natural da vaca. E o preço dos insumos da ração, suplementos necessários nessa condição, também ficaram mais caros”, disse.
O especialista salientou ainda que apesar do preço do leite ter aumentado para o consumidor final, a alta não foi na mesma proporção do preço dos insumos da suplementação. “É mais difícil repassar o aumento de custo para o consumidor final, o que naturalmente desencoraja a produção”, explicou.
Embora haja redução na produção de leite, o resultado representou a terceira maior captação do produto acumulada em um segundo trimestre, mas abaixo dos resultados alcançados em 2020, de 5,87 bilhões de litros, e de 2019, de 5,86 bilhões de litros.
A produção de ovos de galinha registou 985,70 milhões de dúzias no segundo trimestre, um avanço em relação ao apurado no segundo trimestre de 2020 (0,9%) e em relação à produção do primeiro trimestre de 2021 (0,5%). Com o resultado, a produção representou recorde para um segundo trimestre, sendo a quarta maior produção da série histórica da pesquisa.A Pesquisa Trimestral do Couro mostrou que os curtumes receberam 7,51 milhões de peças, uma elevação de 2,6% em relação ao segundo trimestre de 2020 e de 6,2% na comparação com o período de janeiro a março de 2021. A redução de bovinos disponíveis para o abate impactou a aquisição do couro, que está próxima aos níveis de 2003, mesmo com o crescimento entre abril e junho de 2021. (Especial para O Hoje)