O que pode acontecer com Goiás e o Brasil se a chinesa Evergrande falir?
As bolsas de valores do mundo inteiro já registram sobe e desce das ações, com o temor da quebra da gigante do mercado imobiliário, Evergande. De acordo com a Bloomberg, a incorporadora chinesa é a mais endividada do planeta. A companhia tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado. Nesta incerteza, […]
As bolsas de valores do mundo inteiro já registram sobe e desce das ações, com o temor da quebra da gigante do mercado imobiliário, Evergande. De acordo com a Bloomberg, a incorporadora chinesa é a mais endividada do planeta.
A companhia tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado. Nesta incerteza, as ações da empresa despencaram mais de 11% em Hong Kong, na semana passada. Porém, além do ‘tsunami’ nas bolsas, o que pode representar ao mundo a quebradeira da maior companhia chinesa? Mas especificamente ao Brasil?
Caso o império fundado por Hui Ka Yan, em 1996, abra falência, o temor é que o fechamento da companhia repita o episódio do “Lehman Brothers”, nos Estados Unidos – a quebra do banco norte-americano, que após o estouro da bolha das hipotecas no mercado financeiro e à queda das bolsas, catalisaram a crise financeira global de 2008, que deixou o mundo em recessão.
“Acredito que o ponto de semelhança é o risco do efeito contágio em outras companhias, como ocorrido na crise financeira de 2008. Isso porque há um risco sistêmico de afetar outros mercados, haja vista a interconexão dos mercados. Todavia, acredito que estamos diante de dimensões e mercados distintos”, opina o economista Danilo Orsida.
Brasil-China
Nesse sentido, para a China, o provável ‘naufrágio’ da empresa pode significar o puxamento de grande parte da economia junto. Para se ter ideia, o setor da construção lá responde por cerca de 25% de todo o Produto Interno Bruto (PIB). Ao desacelerar o mercado, isso irá prejudicar diretamente o Brasil, que tem o país asiático como destino de 30% de toda a produção de insumos de ferro, aço e matéria-prima para a construção civil.
“Na hipótese de redução da demanda por tais insumos, isto é, com a redução das transações comerciais internacionais, certamente o mercado brasileiro pode ser afetado”, cita o especialista. Nesse contexto, caso outros mercados sejam também atingidos, poderá haver o chamado “efeito cascata”, diminuindo a exportação de outras commodities do agronegócio, afetando mais a economia goiana.