Sobre problemas econômicos, Bolsonaro diz que ‘nada é tão ruim que não possa piorar’
Presidente afirma ainda que inflação é uma realidade mundial, não sendo restrita apenas ao Brasil
Em solenidade alusiva aos mil dias do seu governo, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que os problemas econômicos enfrentados na gestão, com destaque a inflação no preço dos combustíveis, é uma realidade mundial e não acontece por ‘maldade’. O presidente participou com diversos ministros do lançamento do programa Crédito Caixa Tem, que planeja conceder empréstimos de R$ 300 a R$ 1 mil para quem tem conta no aplicativo da Caixa, usado para distribuir o auxílio emergencial. Entretanto, o Bolsonaro falou ainda que ‘nada é tão ruim que não possa piorar’.
“Mas nós temos o percurso, temos muitos obstáculos. São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz: “Nada está tão ruim que não possa piorar”. Não queremos isso porque temos o coração aberto, e tem uma passagem bíblica que diz: “Nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna”, disse.
O IPCA-15 de setembro atingiu 10% em 12 meses encerrados em setembro. O indicador mede as variações de preços entre os dias 15 de cada mês e, por isso, serve como uma prévia do IPCA, usado nas metas de inflação do governo. Analistas preveem inflação a 8,45% no fim do ano, bem acima da meta de inflação definida pelo Banco Central.
Além disso, Bolsonaro afirmou que os problemas econômicos são causados em decorrência da pandemia e que muitos países do mundo estão enfrentados problemas parecidos. Ele citou o Reino Unido, em que o preço do gás natural subiu 300%, e os Estados Unidos, onde o preço da gasolina aumentou em 40%.
Bolsonaro ainda disse que o que está acontecendo na pandemia não se deve ao fato de ele ser presidente. “Mil dias de governo, com uma pandemia que muitos acham que o que acontece hoje em relação à economia, preço de combustíveis, entre outros problemas, está acontecendo porque eu sou o presidente e não pelo que passamos, estamos passando”.
Em relação ao preço dos combustíveis, o presidente ressaltou que não há muito o que fazer em razão do arcabouço normativo que rege a Petrobras. No início de 2020, Bolsonaro pressionou a estatal pelo aumento do preço da gasolina, levando à troca da presidência da empresa. De acordo com ele, embora o grande acionista da empresa seja o próprio governo federal, não possui o poder de decidir assuntos internos da empresa. Além de lembrar que, na troca de presidentes, estatal perdeu ‘dezenas de bilhões de reais’ no valor da Bolsa de Valores.
O presidente fala ainda, sobre uma possível diminuição do preço que está sendo analisada. “Ninguém trabalha sob pressão. Trabalha com observações, como hoje estive com o ministro Bento, conversando sobre a nossa Petrobras, o que nós podemos fazer para diminuir o preço na ponta”.