Deputados combatem fake news sobre impeachment de Alexandre de Moraes
Parlamentares goianos têm enfrentado notícias falsas a respeito de uma votação sobre destituição do ministro
A incessante busca pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tem movimentado arduamente a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem instruído seus apoiadores a pressionarem congressistas para que o pedido siga adiante. Entretanto, a movimentação cibernética tem resultado em notícias falsas, que tem prejudicado alguns deputados, supostamente contrários a destituição do ministro.
Parlamentares goianos tem enfrentado divulgações de fake news a respeito de uma votação dos deputados, a favor ou contra, do impeachment do ministro. Imagens com informações falsas afirmando que tais deputados seriam contra o pedido de impeachment – pauta que não cabe aos deputados -, circulam pela internet.
A delegada Adriana Accorsi, deputada federal e candidata à prefeitura de Goiânia pelo PT, recorreu à Polícia Federal na última quarta-feira, 11, para tomar as medidas cabíveis. Accorsi registrou uma ocorrência policial na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), a respeito de divulgação de fake news em vários perfis de redes sociais contra ela. As páginas publicaram a notícia falsa, com foto de Adriana Accorsi, e a informação inverídica de que a parlamentar teria votado “contra o impeachment do ministro Alexandre Moraes, do STF”.
“A verdade é que essa votação jamais ocorreu e, se um dia for acontecer, será no Senado da República, não na Câmara dos Deputados. Infelizmente estou sendo vítima do crime de fake news, de mentiras que estão sendo divulgadas a meu respeito, em várias páginas na Internet. Nós esperamos da justiça a punição exemplar para esses criminosos”, constatou Accorsi.
O deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos-GO) também se manifestou, a respeito dos ataques cibernéticos que vem recebendo por questões que não cabe ao parlamentar, enquanto deputado, como a destituição de um ministro da Suprema Corte. Na última quinta-feira, 12, o deputado se manifestou em suas redes sociais. “A desinformação prejudica não apenas a integridade do debate público, mas também a estabilidade e a confiança nas instituições”, disse Glaustin. Na sequência, o deputado completou dizendo: “Sempre estarei ao lado da lei e da justiça, buscando preservar os valores democráticos que regem o nosso País”.
Também alvo das fake news, a deputada federal Marussa Boldrin (MDB-GO) se manifestou em vídeo, rebatendo as acusações que tem sofrido. “Quero deixar bem claro a toda população que não existe esse projeto na Câmara dos Deputados, por isso ele não foi votado. [a votação do impeachment de Moraes] Não é prerrogativa nem minha, nem dos outros 512 deputados federais, é prerrogativa do Senado, para que esse pedido comece a tramitação. A minha indignação com o abuso do STF sempre foi muito clara, porém não vou me calar perante as calúnias nas redes sociais”, comentou em vídeo a deputada.
É importante ressaltar aos leitores que a destituição de um ministro da Corte Federal é pauta votada, exclusivamente, pelo Senado Federal, conforme diz o artigo 52 da Constituição Federal de 1988. Para que o pedido vá ao Plenário da Casa Alta, antes o presidente do Congresso Nacional – atualmente o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – precisa acatar o pedido.