Natal com prateleiras cheias, mas com preços salgados
Da ceia aos enfeites, as comemorações do fim de ano pesam no bolso das famílias
Nos supermercados, o panetone, bacalhau e as frutas secas já começam a dar as caras, mas os preços assustam os consumidores. A inflação mundial de produtos alimentares, junto ao aumento do custo da energia e do gás de cozinha vai-se refletir na ceia de Natal neste ano.
Alguns produtos alimentares, como derivados de trigo, óleo ou cereais, já estão mais caros desde o início de 2021, e o preço vai continuar a subir, pelo menos até março de 2022. As prateleiras não vão ficar vazias, mas a reposição vai ser mais difícil.
Com o crescimento do número de vacinados e a liberação de eventos, desta vez a data vai ser marcada pelos reencontros das famílias, que vão se reunir para aproveitar ao máximo o tempo perdido. Os altos preços fazem com que as festividades do fim de ano pesem no bolso, e, por isso, especialistas alertam para que o consumidor fique atento aos preços buscando economizar, pois terão que arcar com as contas do início de ano.
“Nessa época do ano muitos integrantes da família acabam recebendo os benefícios trabalhistas como o 13° salário ou mesmo pagamento das férias, mas, muitas pessoas têm que adotar posturas prudentes para economizar e arcar com o material escolar, o IPTU e as demais contas no início do ano”, comenta o advogado e economista Danilo Orsida.
Pedro Henrique Braudes é comerciante e fabricante no segmento country, e ele considera que a revogação de alguns protocolos sanitários, onde não ocorriam eventos ou reuniões, possa alavancar positivamente as vendas locais. “Estamos apreensivos, mas o comércio em geral nessa época é movimentado devido as festividades do fim de ano, temos ótimas expectativas”, afirmou.
O jeito é pechinchar e baixar os preços
As decorações natalinas estão ganhando cada vez mais espaço nas lojas. E quem precisa colocar a mão no bolso já começou a se preparar para garantir o presente de Papai Noel para a garotada. A secretária Fabiana Antunes disse que todos os anos pesquisa e vai em busca dos melhores preços para garantir a decoração da árvore de Natal e os presentes da família.
“Andei pechinchando, e temos que buscar sempre aquele desconto. Cheguei a encontrar brinquedos com 10 a 15 reais de diferença entre lojas aqui do centro; todos os anos compro com antecedência e acho que o certo é começar a pesquisar para comprar o produto bom e barato”, disse a consumidora.
Além do ramo de brinquedos, o comércio lojista de roupas continuou a produção, e mesmo com aumentos constantes na matéria prima (tecidos, malha, aviamentos), o comércio teve que quebrar a cabeça para estipular preços que fizessem o número de vendas crescer e gere lucro.
“Estamos sofrendo alterações em preços de compras, e isso afeta todo mercado comercial. com o poder de compra reduzido de muitos brasileiros devido aos aumentos, isso pode ser um problema futuro”, comentou o comerciante que vem driblando os impostos.
Pedro destacou que fez mudanças na administração financeira de sua loja para permanecer vendendo e gerando renda para o início do ano, que acaba sendo uma época mais parada. “Uma das maneiras para não impactar na redução das vendas e abaixar o preço do produto, é aumentar o valor dos produtos com maior liquidez, e congelar ou até reduzir o valor de produtos com menor liquidez no mercado”, concluiu.
Faça um planejamento de compras
De acordo com o economista, especificamente esse ano, a alta da moeda estrangeira implica um maior custo. “Haverá coisas que as pessoas não irão conseguir, e, ao mesmo tempo, muitas dessas coisas deverão ser possíveis de substituir por outras”, citou Danilo Orsida.
O jeito mais fácil de economizar na hora de montar a ceia e decorar a casa para receber a família, é trocar itens que nessa época do ano acabam se tornando mais caros devido a ‘lei da oferta e demanda’. Por isso siga as dicas:
Como um mesmo produto pode ter preço diferente conforme o supermercado, o consumidor deve pesquisar as ofertas concedidas em locais variados. Abra mão de comprar nozes e castanhas, pois com a alta do dólar os impostos de importação tornam-se os vilões da ceia.
Planeje as compras, e a internet é uma boa ferramenta para a compra de presentes. Caso o consumidor faça um planejamento mais objetivo, ficará mais fácil de evitar as compras por impulso e agradando ao seu bolso. No fim das contas, Fabiana está certa em pesquisar e pechinchar os preços, e ela comenta que vai permanecer nisso. “Não comprar o produto logo de cara faz o dinheiro render e já garante a felicidade de todos, tanto minha quanto dos comerciantes de quem eu comprei”, finaliza.