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sábado, 23 de novembro de 2024
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Clima

Estudo prevê que mortes por calor vão triplicar até o fim do século

Pesquisadores alertam para o aumento das temperaturas causado pelas mudanças climáticas

Postado em 18 de setembro de 2024 por Otavio Augusto
Calor intenso. Foto: Divulgação

Um estudo publicado no The Lancet Public Health, conduzido por pesquisadores do Centro de Pesquisa da Comissão Europeia, prevê que as mortes por calor na Europa podem triplicar até o final do século devido às mudanças climáticas. O estudo analisou dados de 1.368 regiões de 30 países e projetou o impacto do aumento das temperaturas nas taxas de mortalidade.

Crise climática em todo mundo

Os resultados indicam que, com um aquecimento global de 3°C, o número de mortes relacionadas ao calor pode subir de 43.729 para 128.809 até 2100. As mortes por frio, que atualmente superam as causadas pelo calor, devem apresentar uma ligeira queda, passando de 363.809 para 333.703 no mesmo período. As mortes por calor vão triplicar, o estudo também destaca que as regiões mais afetadas incluem países do sul da Europa, como Espanha, Itália, Grécia e partes da França.

A pesquisa mostra que o impacto das mudanças climáticas será sentido de forma mais intensa pelas populações vulneráveis, especialmente os idosos. Pessoas com mais de 85 anos são as mais suscetíveis, sobretudo aquelas com dificuldades de mobilidade ou em situação de vulnerabilidade econômica. No entanto, os autores do estudo apontam limitações, como a impossibilidade de analisar os impactos em bebês e realizar recortes por gênero e etnia.

No Brasil, a relação entre mudanças climáticas e envelhecimento populacional também é uma preocupação. Dados recentes do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população está envelhecendo. Com uma taxa de fecundidade de 1,5 filho por mulher e expectativa de vida média de 76,4 anos. Especialistas alertam que essa combinação de fatores pode aumentar os riscos para a saúde dos idosos, tanto no contexto de ondas de calor quanto de frio extremo.

A falta de infraestrutura adequada em muitas residências brasileiras, sobretudo em áreas de autoconstrução, agrava a situação. Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) já haviam alertado para o impacto das mudanças climáticas sobre a população idosa. Além disso, a necessidade de políticas públicas voltadas à adaptação às novas condições climáticas.

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