Auditores resgatam idoso de 93 anos que trabalhava em regime análogo à escravidão, em MG
Ele exercia a função há 26 anos e morava em uma casa fornecida pelos patrões estava em péssimas condições.
Auditores-fiscais do Trabalho resgataram nesta quinta-feira (18/11) um idoso de 93 anos que trabalhava em condições análogas à escravidão. Ele era caseiro em um sítio na zona rural de São João Del Rei (MG) sem ter carteira assinada, férias, nem 13° salário. A ação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.
De acordo com a investigação da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais (SRTb/MG), ele exercia a função há 26 anos, sendo que a casa fornecida pelos patrões estava em péssimas condições, com o telhado quebrado, a varanda a ponto de desabar, os forros apodrecidos e as fiações elétricas expostas e cheias de gambiarras.
“A esposa do trabalhador disse durante a ação fiscal que era necessário desligar o relógio de luz quando chovia para evitar o risco de choques elétricos, ficando o casal, portanto, molhado, com frio e no escuro. A família tentava, em vão, evitar as goteiras colando fita crepe no forro”, disse o auditor Luciano Rezende.
Para os auditores, “o padrão dos demais imóveis do empregador na propriedade contrasta com a casa do caseiro, mantido por 26 anos em uma situação degradante”.
Os auditores-fiscais do Trabalho determinaram o encerramento imediato do contrato, a regularização do registro do empregado e o pagamento dos direitos negados desde o início do trabalho por parte do empregador, que não teve a identidade divulgada.