Mãe é suspeita de deixar bebê em estado de desnutrição severa
o bebê pesava apenas 2,3 kg, apresentava dificuldades respiratórias
Uma mulher está sendo investigada sob suspeita de tentar matar o filho, um bebê de pouco mais de um mês, ao deixá-lo chegar a um estado crítico de desnutrição em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a Polícia Civil, a mulher foi presa em setembro após a denúncia, mas já está em liberdade.
A Polícia Militar foi acionada no dia 19 de setembro, por volta do meio-dia, pelo Hospital Municipal Bom Jesus, onde o bebê foi internado com sinais de desnutrição severa. Segundo o boletim de ocorrência, a equipe médica desconfiou de maus-tratos devido à gravidade do estado de saúde da criança.
Conforme o prontuário médico, o bebê pesava apenas 2,3 kg, apresentava dificuldades respiratórias, queda de cabelo, ferimentos ao redor da boca, ausência de lágrimas e dificuldade para chorar. O peso ideal para um bebê de um mês varia entre 3,8 kg e 5,0 kg para meninos.
Investigação
Ao ser abordada pelos policiais, a mãe demonstrou desinteresse e confusão. Ela informou que levou o filho ao hospital após a recomendação de um agente de saúde que visitou sua casa. Segundo a mulher, o bebê era alimentado exclusivamente com leite materno, mas há cerca de um mês enfrentava dificuldades para mamar devido a uma gripe.
Devido à gravidade do estado de saúde do bebê, que corria risco de morte, a mãe foi conduzida à delegacia e o Conselho Tutelar foi acionado. O bebê permanece internado e está sob os cuidados do pai e da avó paterna, segundo conselheiros que acompanharam o caso.
Prisão e acusação
A mãe foi presa no dia 19 de setembro e autuada em flagrante por tentativa de homicídio por omissão. “Ela tem um dever legal de cuidado como mãe e deixou que isso acontecesse. Foi um caso horrível que chocou até nossa equipe”, afirmou a delegada Tamires Teixeira, responsável pelo caso.
A Polícia Civil continua investigando as circunstâncias que levaram ao estado crítico do bebê. A delegada também esclareceu que a avó materna da criança não está envolvida no caso, pedindo para que a população evite qualquer atitude agressiva contra ela ou a mãe, já que o caso está sob investigação.
A mãe passou por audiência de custódia no dia 21 de setembro. A juíza Adriana Caldas Santos decidiu pela liberdade provisória da suspeita, argumentando que o dolo na conduta da mãe deverá ser melhor apurado durante o processo.
Embora tenha sido liberada, a mulher está sujeita a medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Outros casos
Na quinta-feira (19), Aylla Lorena Conceição Santos, uma bebê de um ano, faleceu no Hospital Municipal de Itaberaí. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, a mãe, Ana Cristina Conceição Santos, pediu respostas: “Quero saber a causa da morte. A polícia está investigando, mas ainda não sabe.”
Além disso, a Prefeitura de Itaberaí lamentou o falecimento e se colocou à disposição para esclarecimentos. Ana Cristina relatou à imprensa que sua filha começou a ter febre na quarta-feira (18). Portanto, a família procurou atendimento no posto de saúde e recebeu antibiótico, antitérmico e antiemético. Às 10h, a bebê tomou o antibiótico, mas vomitou cinco minutos depois. Mais tarde, às 14h, ela recebeu o remédio para enjoo. “Ela mamou, dormiu e fui fazer as coisas em casa,” contou a mãe.
No fim da tarde, após mamar e dormir novamente, Ana Cristina percebeu que a bebê estava mole e roxa. Por isso, ela a levou ao Hospital Municipal de Itaberaí, de onde Aylla foi transferida para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. Aylla chegou ao Hecad por volta das 22h de quarta-feira. Lá, recebeu medicação e apresentou melhora, segundo a mãe. Em seguida, elas retornaram para Itaberaí de ambulância e chegaram ao hospital municipal por volta das 4h de quinta-feira.
Ana Cristina relatou que ficaram por muito tempo em um quarto escuro, sem atendimento. Assim, ela pediu alta médica para ir para casa. Ao chegarem em casa, a bebê acordou chorando, e Ana Cristina percebeu que algo estava errado. Imediatamente, elas voltaram ao hospital, mas a bebê faleceu logo após a chegada.
Investigação em andamento
O Instituto Médico Legal (IML) informou que a Polícia Científica realizou exames toxicológicos e anatomopatológicos para determinar a causa da morte. Os laudos devem sair em até 10 dias. Assim, a Polícia Civil aguardará os resultados do IML e afirmou que todas as linhas de investigação permanecem em aberto.