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sábado, 23 de novembro de 2024
Fiscalização

Tribunal de Contas da União vai investigar aumento de pedágios em Goiás

Representação contra empresa que atua nas rodovias goianas foi protocolada pelo deputado federal Elias Vaz e será relatada pelo ministro Antonio Anastasia

Postado em 7 de abril de 2022 por Felipe Cardoso

O Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou um processo para fiscalizar o aditivo contratual que permitiu aumento de até 168% dos pedágios nas rodovias goianas. O relator da matéria no Tribunal será o ministro Antonio Anastasia.

O processo de fiscalização foi iniciado a partir de uma representação do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), protocolada na última terça-feira (5/4). “O Tribunal agiu rápido, o que é muito importante. Esperamos também que haja uma decisão urgente porque esse aumento é absurdo e atinge em cheio os motoristas goianos”, declarou o parlamentar.

Vaz também argumentou que a empresa responsável pelos trechos não está fazendo a devida manutenção das rodovias. “E ainda foi premiada com reajuste”, o que, para ele, é uma “vergonha”.

O maior dos aumentos foi registrado na praça de pedágio de Goianápolis: 168%. Em Alexânia, o valor subiu 137%. Municípios como Professor Jamil e Itumbiara também tiveram aumentos superiores a 100%. O pedágio mais caro do estado está, inclusive, no último deles onde o preço atingiu a casa dos R$ 9,00. 

A Concessionária das Rodovias Centrais do Brasil S.A (Concebra) atua nas vias federais que cortam Goiás desde o ano de 2014. Em 2019, a empresa foi alvo da Operação Infinita Highway, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, por suspeita de prestar informações falsas para simular o cumprimento das metas previstas no contrato de concessão. À época, a empresa se colocou à disposição da Justiça para os devidos esclarecimentos. 

Na representação encaminhada pelo deputado ao TCU, Vaz lembra que o próprio Tribunal chegou a apresentar um relatório indicando que 90% das obrigações previstas no contrato de concessão de rodovias federais não tinham sido cumpridas pela Concebra. Apesar disso, a concessionária recebeu, segundo ele, reajustes de 22% acima da inflação no período.  

De acordo com o documento, a empresa tinha executado apenas 85km de duplicação dos quase 650km previstos. O relatório apresentado pelo deputado  também apontou que a Concebra não realizou nenhum trecho dos 45km de faixas adicionais, 30km de contornos, 36km de vias marginais e 11 acessos e não construiu nenhuma das 38 passarelas e nenhum dos quatro retornos exigidos em contrato. 

Os novos valores, por sua vez, começaram a ser aplicados no último domingo (3/4). De acordo com o diretor executivo da empresa, Thiago Vitorello, a tarifa até então vigente era insuficiente para cumprir com os serviços necessários. 

“Em 2017, nossa arrecadação foi de R$ 500 milhões. Com o reajuste tarifário, voltamos a esse patamar. O empréstimo tarifário é devolvido a uma taxa de 8 ou 9%, mais o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] do período”, destacou. 

Antes, o valor era de R$ 2,40 para 100km de rodovia. “Desde junho de 2020 é insuficiente e o complemento tarifário já estava previsto em lei. Em 2017, o valor era de R$ 5,30 a cada 100 km. Em junho de 2020, o reajuste foi de queda de 40% de forma momentânea e chegou a R$ 2,90. O novo valor não é arbitrário, passou por análise e é o necessário”, afirmou Vitorello em recente coletiva de imprensa. 

Conforme mostrado pelo O Hoje na última sexta-feira (1/4), a Triunfo Concebra é responsável pela manutenção e fiscalização de 1.176 Km das rodovias, correspondentes aos trechos da  BR 060, 153 e 262. O pedido de devolução de concessão feito pela própria companhia, em agosto de 2021, e aprovado pelo Ministério de Infraestrutura.

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