Vendas de Páscoa devem injetar R$ 2 bilhões na economia; Procon alerta para as variações de preços
Segundo uma pesquisa feita pelo Procon de Goiânia, as variações de entre um estabelecimento e outro, chegam até a 150%
De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNI), a estimativa é que o varejo no Brasil tenha o lucro de R$ 2,16 bilhões com as vendas da Páscoa deste ano. A quantidade de brasileiros que devem ir às compras é aproximadamente 109 milhões e devem ainda gastar, em média, R$ 215 em cerca de cinco produtos.
Dos consumidores que realizarão as compras, 47% devem adquirir a mesma quantidade de produtos comprados em 2021; outros 37% pretendem comprar a mais e 10%, a menos, o que representa uma redução de 5 pontos percentuais, comparado ao ano passado.
De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, o mercado está voltando ao normal. “A expectativa para as vendas da Páscoa deste ano é positiva, é esperado um crescimento de 1,9% referente ao ano passado, mas ainda aquém do período pré-pandemia. Uma queda ainda de 5,7%, porém demonstra que o mercado está voltando a normalidade e que as pessoas irão fazer esse investimento na Páscoa”.
Ele afirma também que a expectativa de vendas deste ano é mais alta que em 2017. “Com relação a 2018/2019, a venda ainda é aquém, e a expectativa está acima de 2017. Teve um crescimento em relação ao período de pandemia, e isso mostra a economia voltando a normalidade. A expectativa é que a gente mantenha esse crescimento apesar da inflação atrapalhar um pouco a volta da economia aos patamares que antecederam a pandemia”
Os produtos mais desejados são ovos e barras de chocolate para presentear a família. Segundo o levantamento, 64% dos compradores de várias capitais, inclusive Goiânia, colocarão a mão no bolso. Conforme diz Marcelo Baiocchi, “os goianos devem aderir à Páscoa, nem que seja com ovos caseiros. As pessoas compram produtos e fabricam em casa, isso acaba movimentando o comércio também”.
Marcelo diz ainda que outros produtos, além de chocolates, também estarão em alta. “A expectativa é de vendas, o lucro é difícil de mensurar neste momento, mas é uma data importante para o comércio, em especial para produtos da ordem de chocolate, além de produtos voltados para a Páscoa como o próprio bacalhau, azeite, bolos, então a expectativa é que esse mercado possa movimentar ainda mais esse período, não apenas os ovos, mas tudo que compõe a Semana Santa, que é finalizada com a comemoração do domingo de Páscoa”.
O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) Goiânia, Geovar Pereira, concorda que apesar de a inflação atingir os produtos da Páscoa, a data irá movimentar a rede varejista. “Com as flexibilizações após o maior controle da pandemia, as famílias e amigos estão se reunindo mais. Esse é um fator que contribui ativamente para a troca de presentes. E embora a inflação tenha atingido também os produtos relacionados à Páscoa, o lojista goianiense pode inovar e criar oportunidades para atrair consumidores, principalmente aqueles que ainda não se decidiram sobre a compra.”
Diferenças de preços
Ainda, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) realizou uma pesquisa em diferentes estabelecimentos e identificou variações de até 150% entre um comércio e outro, sendo que a maior discrepância encontrada foi entre os ovos de chocolate. O mesmo produto de 166 gramas com brinquedo pode custar de R$ 47 a R$ 74, dependendo do local de compra, o que corresponde a uma variação de 56,3%.
Já os ovos de 172 g custam entre R$ 33,98 e R$ 49,99, com variação de 47%; os de 257 g têm os preços variados em 17%, enquanto que os de 90 gramas, variam 15%.
No entanto, as maiores variações encontradas foram em relação aos chocolates comuns, tabletes e em barras, em que a diferença foi de 149,75%. No caso de um coelho em formato de chocolate, o preço pode ser entre R$ 4 a R$ 10. Ainda, em comparação com o ano passado, houve um aumento de 2,36% nos preços dos bombons e de 19,53% nos ovos de Páscoa.
De acordo com o Procon, o consumidor deve pesquisar e comparar os preços em diferentes locais e levar em conta a qualidade e o peso do item.
“Se o momento for de orçamento apertado, as caixas de bombons e tabletes de chocolates também podem substituir os tradicionais ovos de Páscoa, mas, é importante ficar atento ao preço e verificar qual produto encaixa no orçamento”, diz.
Além disso, os ovos com brinquedos dentro devem apresentar na embalagem a frase “Atenção: contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro da Avaliação da Conformidade”.
Também é obrigatória a indicação de faixa etária ou, se for o caso, frase que informe que não existe restrição. O brinquedo deve ter o selo do Inmetro na embalagem, identificação do fabricante ou importador (nome, CNPJ, endereço), instruções de uso e de montagem, quando for o caso, e eventuais riscos que possam apresentar à criança.