Frente de Mulheres repudia arquivamento do caso Camila Rosa
Carta-manifesto contra promotor de justiça será protocolada no MPGO.
A Frente Intermunicipal de Mulheres Contra a Violência Política de Gênero vai protocolar uma carta-manifesto contra a decisão do promotor de Justiça Eleitoral, Milton Marcolino dos Santos Júnior. O jurista arquivou, na última sexta-feira, 29, um inquérito policial que apurava o delito de violência política contra a mulher por parte do vereador e presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Luiz Carlos da Silva, contra a vereadora Camila da Silva Rosa.
O documento, que levará a assinatura de vereadoras, vice-prefeitas e representantes de diversos municípios goianos, será protocolado no Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).
A decisão causou polêmica. Mandatárias e membros da frente querem, a partir disso, se mobilizar para promover atos públicos contrários ao arquivamento assinado pelo promotor. Na interpretação do grupo, a decisão desconsidera os fatos apurados pela investigação da Polícia Civil. O delito havia sido enquadrado na lei que estabelece normas para reprimir, prevenir e combater a violência política contra a mulher em exercício de mandato ou durante as eleições.
Em fevereiro, Rosa, única mulher com mandato no Parlamento, teve seu microfone cortado durante um pronunciamento em Plenário. “É preocupante e sintomático que o promotor pegue uma ação em que a Polícia Civil indiciou um parlamentar por ter silenciado uma mulher na política e culpabilize a vítima”, afirmou a vereadora por Goiânia, Aava Santiago, responsável pela criação da Frente.