Bolsonaro ameaça derrubar ministro e presidente da Petrobras caso preços dos combustíveis não baixem
Sachsida admitiu que o governo pode apoiar um teto para cobrança do ICMS de 17%, em conversa com líderes governistas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ameaçou o novo ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida nesta terça-feira (24/5), afirmando que está disposto a “trocar de novo” tanto o presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, como o próprio ministro, se os preços dos combustíveis não baixarem. A declaração ocorreu durante encontro dos dois nesta terça-feira (24) no Palácio do Planalto, segundo relato do presidente a líderes governistas.
Bolsonaro apontou para aliados que foi por causa do “descontrole da Petrobras” sobre os preços do diesel e da gasolina que o almirante Bento Albuquerque acabou substituído por Sachsida. “Ele admitiu que não tinha controle sobre a Petrobras e eu não posso deixar a minha reeleição nas mãos de burocratas da empresa”, argumentou.
De olho no pleito deste ano, o presidente disse que a reeleição é sua “prioridade absoluta” e que o mesmo raciocínio sobre o preço dos combustíveis vale para a questão da energia elétrica.
Contexto
Os comentários de Bolsonaro foram feitos ao tratar da votação no Congresso do projeto que estabelece teto para cobrança do ICMS sobre energia e combustível. A expectativa do governo é que o texto seja aprovado nesta quarta-feira, 25, na Câmara e no Senado.
Sachsida admitiu que o governo pode apoiar um teto de 17%, em conversa com líderes governistas. No entanto, a aprovação definitiva depende de uma negociação entre o Congresso e os governadores capaz de estabelecer compensação aos estados pela perda de arrecadação de ICMS.
“Não podemos deixar os preços dispararem neste momento, depois a gente vê como faz”, declarou Bolsonaro.