Com direita tomada, Marconi deve mirar composição com a esquerda goiana
Crescem os rumores de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pode compor com a esquerda goiana de olho nas eleições deste ano. Nos bastidores da política goiana, a informação é de que as negociações estariam ora avançadas, ora incertas. Fato é que a indefinição no que diz respeito a se lançar na disputa em ‘voo solo’, ou não, tem feito com que Marconi perca espaço.
Crescem os rumores de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pode compor com a esquerda goiana de olho nas eleições deste ano. Nos bastidores da política goiana, a informação é de que as negociações estariam ora avançadas, ora incertas. Fato é que a indefinição no que diz respeito a se lançar na disputa em ‘voo solo’, ou não, tem feito com que Marconi perca espaço.
No campo da direita, onde o líder político transita com facilidade, o espaço já é tido como “preenchido”. Isso porquê, enquanto o ex-governador não se apresenta como uma possibilidade concreta na disputa, o eleitorado tem abraçado o projeto daqueles que são tidos como ‘verdadeiros candidatos’. O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), e o deputado federal e candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, Vitor Hugo, já figuram como os principais destaques da ala direitista.
Sem grandes chances de protagonizar como o candidato dessa ala, e até mesmo diante da possibilidade de apoio ao PT em um eventual segundo turno, restaria ao ex-governador uma composição com as lideranças da esquerda. “Se fechar [acordo] ele poderia penetrar em um espaço que não conseguiria sozinho, ou seja, o campo progressista, esquerdista”, relata uma liderança próxima ao tucano.
Um ponto importante a ser observado é que o PT adiou, na última semana e pela segunda vez, o seu encontro estadual. A expectativa era que no evento, até então previsto para este sábado (11/6), o partido indicasse à federação (PT, PV, PCdoB) o nome que defenderia para a disputa ao governo de Goiás.
Em nota, contudo, a presidente do PT Goiás, Kátia Maria, disse que o diálogo deve continuar para haver consenso. “O PT de Goiás apresentou o nome do Professor Wolmir Amado ao Governo de Goiás e segue em diálogo com a Federação Brasil Esperança, formada pelo PT, PCdoB, PV, a Direção Nacional e os partidos que compõem a aliança em apoio ao Presidente Lula.”
O anúncio do adiamento do encontro estadual do PT ocorreu na quinta-feira (9). Um dia antes, conforme mostrado pelo O HOJE, lideranças de esquerda se reuniram em Goiânia a convite do vereador Mauro Rubem (PT) para debater o pleito deste ano. Estavam presentes líderes de movimentos sociais, sindicais e os partidos PT, PSOL, PV e Rede. O encontro aconteceu na Câmara de Goiânia, na sala da presidência. Na ocasião, eles chegaram a conclusão que veem o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) como representante da chapa Lula-Alckmin (PT-PSB) em Goiás.
Caso a aliança entre Marconi e a esquerda se consolide, isso fará com que a ‘segunda parte’ do discurso adotado pelo ex-governador caia por terra. Acontece que ao ser questionado durante sua passagem pela Câmara, há duas semanas, o ex-governador descartou conversas com o PT por um motivo que chamou de “muito simples”.
“O PT terá candidato à presidência da República, o PSDB também. O PT terá candidato ao governo de Goiás, o PSDB também”, explicou. A primeira parte — que o PSDB terá candidato à presidência, assim como o PT — já está descartada, haja vista que o partido decidiu, na semana passada, se juntar ao projeto emedebista que tem como cabeça de chapa a senadora Simone Tebet (MDB). Resta saber se o mesmo ocorrerá com a ‘segunda parte’ do discurso de Marconi Perillo. O tempo dirá.