Comércio Varejista em Goiás segue em ritmo de recuperação pós-pandemia
O setor que tem se recuperado com maior facilidade é o comércio de vestuários principalmente pelo Pólo da Região da 44
O comércio varejista no Brasil está em alta, conforme apontam informações da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril de 2022. O crescimento registrado foi de 0,9% nos últimos meses se comparado com o mesmo período no ano passado a porcentagem foi de 1,2%, que acumulou 4,5%.
No país quatro das oito atividades pesquisadas tiveram alta, sendo elas: móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (1,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,4%) e outros objetos de uso pessoal e doméstico (0,1%).
Em Goiás esse ramo ainda está em processo de adaptação e o que tem ajudado é a flexibilização com relação a pandemia que alavancou o comércio em datas comemorativas. “O que temos constatado é que o comércio varejista tem se recuperado todos os meses.O setor que tem se recuperado com maior facilidade é o comércio de vestuários principalmente pelo Pólo da Região da 44 que é a maior do Brasil. Mas, de uma forma geral, todos os segmentos têm conseguido buscar a meta que é recuperar o movimento que tínhamos antes da pandemia”, relata o presidente da Fecomércio de Goiás, Marcelo Baiocchi.
O economista-chefe da Fecomércio de Minas Gerais, Guilherme Almeida, encara os números de forma positiva. “A taxa de desemprego é a menor desde 2016 e isso faz com que as expectativas do setor melhorem de forma geral, uma vez que o emprego reflete diretamente na intenção de consumo da população. Além disso, o volume de vendas no varejo ampliado cresceu 4,2% frente a abril do ano passado. O crescimento acumulado do ano é 2% e o dos últimos 12 meses é de 2,4%”.
No entanto, mesmo se tratando de notícia boa os varejistas ainda enfrentam altos e baixos. “Eles estão conscientes de que indicadores como os de emprego e renda podem afetar seu volume de vendas nos próximos meses’’.
Geração de emprego cresce em Goiás, mas média salarial está em declínio
A Fecomércio relata que o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (liec) registrou o maior aumento em maio. A demonstração é que, ao todo, 62,7% são de comerciantes interessados em investimento de negócios, em ressalva, as empresas de maior porte, trazendo investimento para nível 5,3 pontos.
Algo positivo é que 74,3% dos empresários alegam que estão mais confiantes e otimistas em relação ao cenário econômico, acreditando que as vendas irão melhorar. Já dados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apontam que no mês de junho em Goiânia 93,4% de empresas possuíam até 50 empregados e 96,3% acima de 50 funcionários.
“O emprego está voltando à normalidade e o que as pesquisas mostram é que com a média salarial um pouco menor, mas tem diminuído mensalmente o índice de desemprego. Chegamos a 11% de desemprego mas já foi acima de 15%, então já é uma melhoria significativa. A orientação que as empresas estão buscando conosco é principalmente gerar emprego para aquelas pessoas que foram treinadas pela empresa, que já tinham conhecimento do processo”, comenta. Para ele essa alternativa é uma forma da pessoa recuperar o emprego e também facilita para a empresa que terá menos preocupação com relação a treinamentos.
Outro fator que está contribuindo para a positividade do comércio é a opção online das lojas que já é uma realidade, mas por conta da pandemia o processo teve que ser acelerado. “Às vezes ela não gera uma mão de obra de conta, mas tem que ter uma retaguarda muito grande de pessoas que trabalham no atendimento virtual, no faturamento e distribuição, então a loja virtual gera mais empregos”.
Baiocchi tem expectativa que os índices de Goiás sejam cada vez melhores, principalmente com as festas de fim de ano.“A nossa expectativa é a boa recuperação gradual que nós estamos conseguindo de modo a não ter regresso, que a gente mantenha esse crescimento até podermos chegar na melhor data que o comércio varejista tem que é o Natal”, finaliza.
O estudo realizado pela TOTVS, junto com a H2R Pesquisas Avançadas, aponta que 94% dos varejistas possuem pelo menos um canal de vendas digital, mostrando que os lojistas brasileiros investem no ambiente virtual para garantir melhor proximidade e atendimento, isso atrai os clientes.
“O custo de adoção da tecnologia é muito mais barato do lado do cliente. Sempre vai ter consumidor como força motriz empurrando as mudanças nas empresas. A narrativa que aconteceu na pandemia é que a força continua vindo do consumidor, porém mais intensa. Já faz tempo que o varejo falava do digital. As receitas sempre cresceram bem no digital, chegando a 10%. Em dois anos subiram 50%”, afirma Elói Assis, diretor de varejo e distribuição da TOTVS.