Dólar sobe para R$ 5,26 e fecha no maior valor desde fevereiro
No Brasil, os investidores acompanham as negociações para elevar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600. O receio do impacto da medida sobre as contas públicas afetou as negociações
A possibilidade de os Estados Unidos entrarem em recessão fez o mercado financeiro ter um dia de nervosismo em todo o planeta. O dólar subiu e fechou no maior nível desde fevereiro deste ano. A bolsa de valores chegou a abrir em alta, mas perdeu fôlego no meio da sessão.
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (28/6) vendido a R$ 5,266, com alta de R$ 0,032 (+0,6%). A cotação iniciou o dia em baixa, chegando a cair para R$ 5,19 na mínima do dia, por volta das 11h, mas reverteu a tendência durante a tarde, à medida que o pessimismo se consolidou no mercado internacional e local.
A moeda norte-americana está no maior valor desde 4 de fevereiro, quando tinha sido vendida a R$ 5,32. Nos últimos 16 pregões, o dólar subiu em 13. A divisa acumula alta de 10,79% em junho. Em 2022, recua 5,56%.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo nervosismo. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 100.591 pontos, com queda de 0,17%. Apesar da alta de ações de mineradoras e petroleiras, o indicador não resistiu à queda nas bolsas norte-americanas.
No início do dia, o mercado financeiro estava animado com o alívio nas medidas de lockdown contra a covid-19 na China. No entanto, a divulgação de que a confiança dos consumidores norte-americanos caiu para o menor nível desde fevereiro de 2021 trouxe pessimismo aos investidores, ao reforçar a expectativa de que os Estados Unidos podem entrar em recessão.
No Brasil, os investidores acompanham as negociações para elevar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600. O receio do impacto da medida sobre as contas públicas afetou as negociações.
Com juros altos, País atrai volume inédito de dólares especulativos
A entrada de capital estrangeiro no País registrou crescimento de 140,21% no primeiro trimestre deste ano em relação à mediana de igual período entre 2015 e 2019, segundo levantamento do Itaú Unibanco. Os dados para março deste ano são ainda preliminares e podem trazer alguma alteração até o fechamento do mês, mas a tendência tem sido de crescimento, especialmente quando considerados os dados dos primeiros dois meses de 2022.
Esse fluxo vigoroso de investimentos estrangeiros, aportados em aplicações de renda fixa e variável, associado ao avanço do superávit da balança comercial (exportações menos importações) e à alta nos preços das commodities, na visão de Pedro Renault, economista do banco, estaria por trás da recente tendência de valorização do real frente ao dólar.