Pré-campanha do PT ao governo de Goiás, enfim, começa
Em visita à Câmara de Goiânia, Wolmir diz que sonho é “ninguém ficar de fora”
O pré-candidato ao governo de Goiás e ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), professor Wolmir Amado, visitou a Câmara de Goiânia na terça-feira (5). A percepção entre aliados é que agora a pré-campanha do PT ao Palácio das Esmeraldas, enfim, começou.
O próprio petista admitiu que, após o partido bater o martelo sobre a pré-candidatura dele ao governo, escolheu a Câmara municipal como segunda casa para visitar. A primeira foi o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade.
Vale lembrar, na semana passada, a presidente estadual do PT Kátia Maria disse que a sigla optou pelo nome do ex-reitor da PUC-GO, professor Wolmir Amado, para concorrer ao Palácio das Esmeraldas – desde o ano passado ele já era pré-candidato, mas a formalização não tinha ocorrido.
A definição era aguardada desde maio, quando ocorreria o encontro estadual da sigla, no dia 28. Esta foi adiada para 11 de junho e depois indefinidamente. Contudo, no começo deste mês a direção nacional autorizou o partido a marcar a reunião para o próximo sábado (9), além de já definir Wolmir como nome na corrida pela governo de Goiás.
Muito antes, entretanto, os representantes do bolsonarismo já estavam em campanha ao governo: o atual governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota) e o deputado federal major Vítor Hugo (PL). A ideia é correr atrás do prejuízo e garantir um bom palanque a Lula (PT) em um Estado conservador.
Discurso de Wolmir
Durante seu discurso na Câmara de Goiânia, Wolmir Amado afirmou que o sonho que acompanha a candidatura dele é “ninguém ficar de fora”. “Nos apresentamos com ardente desejo de inclusão social para ninguém ficar de fora”, declarou da tribuna.
Ele citou, ainda, chegar com o desejo de espírito cívico de amor ao Brasil e Goiás, junto à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).
Na ocasião, ele também lamentou o que chegou de “guerra de desqualificação da política. Também chamada de guerra de quarta geração ou guerra híbrida”. Wolmir afirmou que a principal arma desta é a mentira e a comunicação distorcida para destruir o adversário, por meio do ódio e da violência.
“Em tempos de fake news, não basta a indignação ética contra a pós-verdade. É preciso fortalecer a cidadania e a democracia.” Citando o papa Francisco, ele defendeu a política ao classifica-a como sublime, “pois busca o bem comum”. Além disso, defendeu as múltiplas candidaturas como ferramenta democráticas. Segundo ela, é bom que a população tenha mais opções.
Senado e vice em aberto
Apesar da definição do pré-candidato ao governo, o PT ainda não definiu os demais membros da chapa majoritária (Senado e vice-governador). A ideia é contemplar o máximo de aliados possíveis. Além dos partidos federados, no plano nacional o PT tem no palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), a federação que inclui Rede e PSOL, o Solidariedade e a Unidade Popular (UP), e o próprio PSB.
Em Goiás, o apoio não é automático, como o próprio presidente do PSB estadual, deputado federal Elias Vaz, já disse. Segundo ele, que defendia o nome do ex-governador goiano José Eliton, a hora é de conversar. Ele afirma, ainda, que existem muitas possibilidades, não sendo estas necessariamente uma aliança com o PT no primeiro turno – apesar do palanque Lula/Alckmin estar certo.
O PSOL, por exemplo, já tem pré-candidaturas postas. Para o governo, a presidente da sigla Cintia Dias; para o senado, a ex-candidata à prefeitura de Goiânia, Manu Jacob. A UP tem o professor Reinaldo Pantaleão, como pré-candidato a senador.
Inclusive, dentro da própria federação que o PT faz parte, o PCdoB já colocou o nome da professora Denise Carvalho para concorrer ao Senado. Pelo PV, o presidente estadual Eduardo Cunha também se colocou à disposição.
O Partido dos Trabalhadores, que vê um bom momento eleitoral por causa do fator Lula – sobretudo nas chapas estadual e federal – terá que articular bem para contemplar os aliados. “A nacional orientou esperar um pouco mais [para definir] por causa da conjuntura. Continuaremos a conversa da vice ainda após o encontro estadual do dia 9”, afirmou Kátia. Ainda segundo ela, todos os partidos da aliança com Lula serão procurados para conversas.