Congresso aprova LDO sem obrigatoriedade de emendas de relator
Votação nesta terça-feira ocorreu após acordo apoiado por partidos de centro e do centrão.
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (12/7) o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que determina as metas e prioridades para os gastos públicos de 2023 e oferece os parâmetros para elaboração do projeto de lei orçamentária do ano.
O placar da votação foi de 324 votos a favor e 110 contra, na Câmara dos Deputados, e 46 votos contra 23, no Senado. Outros nove destaques ainda devem ser votados. PT, Novo, PC do B, PSB, PSOL e Rede orientaram votação contra o texto.
As emendas de relator-geral do Orçamento, classificadas como RP 9, foram o ponto mais polêmico da votação. O substitutivo aprovado pelo Congresso retirou dispositivo que tornava obrigatória a execução desses recursos, que somam R$ 16,5 bilhões no Orçamento deste ano, mas podem chegar a R$ 19 bilhões no ano que vem.
Transparência
Parlamentares de vários partidos fizeram críticas às emendas de relator, por avaliar que há falta de transparência e isonomia na distribuição dos recursos entre os parlamentares. Houve também denúncias de que as RP 9 seriam utilizadas para influenciar as votações do Congresso ou teriam vínculos com esquemas de corrupção.
“Há exemplos de municípios que recebem verbas para saúde muito maiores do que a capacidade de execução e atendimento”, denunciou o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). “Apenas parlamentares que trabalham em troca de voto recebem recursos das emendas de relator”, afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG).
Já o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (União-PA), negou que as emendas de relator sejam secretas. “Na comissão já constam todas as indicações e destinação dos recursos. A indicação obrigatoriamente contemplará o nome do parlamentar, ainda que seja de um representantes da sociedade civil.”
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) defendeu as emendas de relator como um meio de aumentar os recursos para municípios. “Se precisamos de mais recursos para estradas, quem mais conhece a realidade do que os deputados que estão todas as semanas nas bases onde somos votados?”, indagou.